Atirador de Trump foi identificado como ameaça uma hora antes do disparo

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DAVID MAXWELL/EPA

Já há apelos à demissão de Kimberly Cheatle da chefia dos Serviços Secretos dos EUA, depois de ser revelado que o atirador tinha sido identificado como suspeito mais de uma hora antes de disparar contra Trump.

Ainda na ressaca da tentativa de assassinato a Donald Trump, a atuação — ou falta dela — dos Serviços Secretos está a ser posta em causa.

Desde o facto de Trump ter continuado exposto depois do disparo, o que poderia ter sido fatal caso houvesse mais do que um atirador, até vídeos que mostram pessoas a alertar para a presença do atirador no telhado vários minutos antes do ataque, a resposta dos Serviços Secretos está a ser altamente criticada e até a alimentar teorias da conspiração.

Durante duas audições no Congresso norte-americano na quarta-feira, os responsáveis de segurança revelaram aos Senadores novos dados das investigações sobre o atentado contra o ex-Presidente.

O Senador Markwayne Mullin avança à Fox News que os Serviços Secretos admitiram que avistaram Thomas Matthew Crooks uma hora antes do ataque, mas que o perderam de vista.

O atirador foi considerado suspeito por volta das 17h07 (hora local), dado ter uma mochila e um telémetro (dispositivo para medir a distância entre o observador e um ponto qualquer). Cerca de 20 minutos antes do atentado, Crooks foi novamente avistado, já no telhado do prédio de onde disparou.

O disparo só aconteceu uma hora depois do primeiro alerta, por volta das 18h12, com Crooks a ser neutralizado 26 segundos após o tiro. Os responsáveis também não clarificaram se era suposto a polícia local estar no telhado.

No entanto, ao contrário de alguns dos seus colegas no Senado, Mullin não apelou à demissão de Kimberly Cheatle da direção dos Serviços Secretos. “Acho que ainda há muito para investigar antes de se poder começar a falar sobre quem vai ser despedido. Não quero despedir alguém só para despedir“, afirma.

Cheatle, que trabalha há 27 anos nos Serviços Secretos, será ouvida no Congresso na próxima semana, depois de já ter explicado que a agência recorreu a polícias locais para garantir a vigilância no prédio usado pelo atirador.

Os Senadores Marsha Blackburn e John Barrasso publicaram um vídeo no X onde afirmam que confrontaram Cheatle pessoalmente na convenção Republicana e fizeram perguntas específicas sobre “como o atirador conseguiu ter um tiro certeiro quando o FBI e os Serviços Secretos sabiam que estava lá uma pessoa suspeita com uma hora de avanço”.

“Fiquei chocada ao descobrir que os Serviços Secretos sabiam da ameaça antes de o Presidente Trump subir ao palco”, escreveu ainda Blackburn no X.

Foi também revelado na reunião que o atirador visitou o local do ataque — o parque de diversões de Butler County — pelo menos uma vez nos dias antes da tentativa de assassinato e que teria feito pesquisas no telemóvel sobre sintomas de depressão, avança a CBS. O diretor do FBI, Chris Wray, disse que mais de 200 pessoas já foram interrogadas e 14 mil imagens foram revistas na investigação.

“As flagrantes falhas de segurança e a falta de transparência sobre a tentativa de assassinato do Presidente Trump exigem uma mudança imediata de liderança no Serviço Secreto”, escreveu o Senador Mike Lee, no X.

Mitch McConnell, líder da minoria Republicana no Senado, concorda com o afastamento de Cheatle, frisando que “a nação merece respostas e responsabilização”.

O presidente da Câmara dos Representantes, o Republicano Mike Johnson, também pediu a renúncia de Cheatle e avançou que vai abrir uma comissão de inquérito composta por ambos os partidos.

Adriana Peixoto, ZAP //

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2 Comments

  1. Mais um que já estava ‘sinalizado’!
    É espantoso a quantidade de ‘gajos sinalizados’ que deve haver na América e por aí… ou então temos o ‘mundo todo sinalizado’!

  2. Leste a noticia?
    Estava sinalizado 1 hora antes (pois foi dado como suspeito devido a estar onde não devia e com um aparelho de medida).
    O problema foi a inoperância seguinte.

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