O Presidente dos Estados Unidos utilizou o Twitter para atacar a Nordstrom, uma cadeia de lojas americana que anunciou que vai deixar de vender a roupa da sua filha mais velha.
Ivanka Trump tem uma coleção de roupa com o seu nome mas está a ser cada vez mais difícil obter as propostas para a Primavera de 2017 porque as cadeias de lojas norte-americanas estão a deixar de as vender.
A empresa Nordstrom foi a primeira a anunciar isso mesmo e já removeu a linha do seu site oficial. Uma atitude que o Presidente dos EUA não perdeu tempo em condenar.
“A minha filha Ivanka recebeu um tratamento tão injusto da @Nordstrom. Ela é uma ótima pessoa, sempre a estimular-me a fazer o correto! Terrível!”, escreveu esta quarta-feira na sua conta do Twitter, publicando depois na página oficial da Presidência.
A Nordstrom, com sede em Seattle, Washington, emprega mais de 76 mil pessoas e possui centenas de estabelecimentos nos EUA e no Canadá. Na semana passada, anunciou a retirada da marca da filha mais velha de Trump devido às vendas baixas.
“A cada ano, cortamos com cerca de 10% das marcas e atualizamos a nossa seleção de produtos com a mesma quantidade”, disse um representante da marca ao Business Insider.
“Sempre dissemos que tomamos decisões baseadas na performance. Neste caso, baseamo-nos na performance da marca e decidimos não comprá-la para esta estação”, justificou a Nordstrom a 2 de fevereiro, sendo que no dia seguinte já só estavam à venda no site quatro pares de sapatos da marca, todos com descontos de 40%.
“Grab Your Wallet”
A Nordstrom foi o primeiro retalhista a cortar, publicamente, laços com a marca de Ivanka, o que pode ser entendido como um boicote ligado à campanha “Grab Your Wallet” (“Agarra a tua carteira” em português), que defende que se deve boicotar a venda e compra de produtos de alguma forma ligados ao Presidente ou à sua família.
O nome é uma clara referência aos comentários misóginos de Trump, que sugeriu durante um programa de televisão, em conversa com o apresentador, que faz o que quer com as mulheres por ser uma “estrela”. “Grab them by the pussy”, disse na altura.
Esta semana, a Neiman Marcus decidiu fazer o mesmo, a par da decisão da T.J. Maxx e da Marshalls que, na semana passada, deram ordem aos seus funcionários para retirar das lojas todos os cartazes de propaganda dos produtos da linha de Ivanka.
Segundo o The New York Times, o objetivo foi impedir que as roupas e acessórios da marca fossem exibidos em áreas exclusivas e passou-se a misturá-los aos produtos de outras marcas.
Ainda assim, a linha de Ivanka mantém-se à venda ao público em vários locais como Zappos, Macy’s, e Lord & Taylor. Um porta-voz da marca disse à Fortune que, em 2016, tiveram um lucro 37% superior ao do ano anterior.
Assessora de Trump debaixo de fogo
Kellyanne Conway, a conselheira de Trump protagonista de várias polémicas, também decidiu defender Ivanka e ainda apelou à compra dos produtos da sua marca.
“Vão comprar os produtos da Ivanka. Detesto fazer compras, (mas) hoje vou fazê-las”, afirmou, a partir da Casa Branca, na cadeia televisiva Fox.
“É uma linha magnífica. Eu própria tenho alguns. Vou fazer publicidade gratuita: vão todos comprá-los. Vocês podem encontrá-los em linha” (online), disse Conway, que fez as declarações numa sala com o selo oficial da Casa Branca.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, preferiu distanciar-se das declarações de Conway.
“Kellyanne foi chamada à ordem sobre este assunto, ponto final“, afirmou, durante o encontro diário com os jornalistas.
Reação dos democratas
O Presidente dos EUA tem usado regularmente a sua conta do Twitter para abordar vários temas da sua política. No entanto, a “defesa” pela honra e pelos negócios da filha mais velha não caiu bem a alguns políticos democratas.
Entre eles está, por exemplo, o senador Bob Casey que, segundo um porta-voz, considera “antiético e inapropriado” o facto de um Presidente “atacar uma empresa privada porque esta se recusou a enriquecer a sua família”.
Já Norm Eisen, que foi conselheiro especial de ética da administração Obama, apelidou o tweet de “revoltante”. Eisen recomendou mesmo à Nordstrom que processe Trump com base na lei da livre concorrência da Califórnia.
Por sua vez, Kathleen Clark, professora de direito da Universidade de Washington em St. Louis e especialista em ética governamental, considerou especialmente preocupante o facto do Presidente usar a conta oficial da Casa Branca para lançar críticas e defender o negócio da filha.
“A ameaça implícita é que [Trump] vai usar toda a autoridade que tem para castigar a Nordstrom ou qualquer um que afete os seus interesses“, disse à AP.
A Casa Branca tentou minimizar a polémica e nas palavras do porta-voz do Governo, Sean Spicer, a decisão da Nordstrom foi política e, por isso, o Presidente estava simplesmente a reagir a um ataque contra a sua filha.
“Tem todo o direito de defender a sua família e de aplaudir as suas atividades, negócios e sucessos”, disse o porta-voz, acrescentando que a decisão da loja foi tomada por “preocupação pelos atos ou ordens executivas” do Presidente.
se aplicassemos essa campanha em Portugal relativamente à Sô Dona Isabel dos Santos o país parava
“Campanha”?!
Pela “qualidade” do comentário, tu é que deves ter “parado”!…
Teve piada os da RTP, diziam que se usava a casa branca como trampolim para lucrar nos negócios.
Rigor total.
“Vocês podem encontrá-los em linha (online)”.
Primeira vez que vejo esta tradução do “online”.
Esta fixação destas noticia sobre o Presidente Trump e familia ja eh fixação doentia… ENTRETANTO EM PORTUGAL….