Tropas senegalesas estacionadas na fronteira com a Gâmbia iniciaram na tarde desta quinta-feira uma operação neste país para obrigarem o presidente cessante, Yahya Jammeh, a ceder o poder ao novo Presidente eleito, Adama Barrow, anunciou um porta-voz do Exército.
“Entraram esta tarde”, disse esta quinta-feira à agência France Presse o porta-voz do Exército senegalês, coronel Abdoul Ndiaye, quando questionado sobre se os militares senegaleses já tinham passado a fronteira.
Em Casamansa, no sul do Senegal, ouviram-se disparos durante a tarde, provenientes de várias aldeias próximas da fronteira com a Gâmbia, contou um correspondente da AFP.
Os confrontos opuseram também soldados senegaleses e supostos rebeldes do Movimento das Forças Democráticas de Casamansa (MFDC) noutras aldeias nas proximidades, disseram testemunhas à AFP.
O MFDC luta desde 1982 pela independência de Casamansa, que é considerada favorável ao regime do Presidente Jammeh.
As operações das tropas senegalesas na Gâmbia são apoiadas pela Nigéria, que anunciou ter efetuado voos de reconhecimento sobre Banjul, capital da Gâmbia, sublinhando que ia fazer cumprir a vontade da CEDEAO. O Gana também anunciou ter posto 205 militares ao dispor da CEDEAO.
O início das operações militares na Gâmbia foi anunciado pouco depois do fim da cerimónia de juramento do novo presidente da Gâmbia, Adama Barrow, realizada na embaixador da Gâmbia em Dakar.
A cerimónia obteve os votos unânimes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
A CEDEAO, que pressionou o Presidente Jammeh a abandonar o cargo, alertara que este poderia recorrer à força para se manter no poder.
O Conselho de Segurança da ONU apoiou, por unanimidade, as iniciativas da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para retirar o presidente Yahya Jammeh do poder.
Uma resolução preparada pelo Senegal obteve o apoio dos 15 membros do Conselho, incluindo a Rússia, que ressalvou, no entanto, que o texto não autoriza formalmente uma intervenção militar na Gâmbia.
A CEDEAO tomou várias medidas no sentido de que Jammeh respeitasse o resultado das eleições de 01 de dezembro último que ditaram a vitória de Adama Barrow, mas o presidente Jammeh agarrou-se ao poder que detém há 22 anos.
Yahya Jammeh dirige, desde 1994, a Gâmbia, um pequeno país anglófono da África Ocidental com menos de dois milhões de habitantes, rodeado pelo Senegal à exceção da sua costa atlântica.
// Lusa
Acho bem, estes ditadores africanos tem a mania de querem ficar toda a vida a “sugar” o povo e nunca querem deixar o poder.