O apartamento que o juiz Moro atribui ao antigo presidente e que foi motivo da sua prisão foi vendido à empresa Guarujapar, com sede em Brasília.
O apartamento da discórdia, considerado pela justiça brasileira como suborno pago ao ex-Presidente Lula da Silva, condenado a mais de 12 anos de prisão por corrupção, foi leiloado esta terça-feira na internet por 2,2 milhões de reiais, cerca de 500 mil euros.
O imóvel – que inclui o 16º, 17º, e o 18º andares num total de 215 metros quadrados no Condomínio Solaris, na praia do Guarujá, no litoral do estado de São Paulo – foi arrematado no último lance do dia, às 17h55, hora de Lisboa.
Foi registada apenas uma proposta de compra para o apartamento, cinco minutos antes do horário definido pelo site do leilão, embora a página tenha registado mais de 50 mil acessos. No site é também possível verificar que o potencial interessado na aquisição, cuja identidade não é revelada, acedeu à página a partir da capital brasileira, Brasília.
Enquanto a documentação do apartamento não está totalmente resolvida, o triplex mantém-se em nome da OAS, uma construtora acusada de o ter oferecido a Lula em troca de favores na concessão de contratos públicos com a empresa estatal Petrobras.
O juiz Sergio Moro condenou Lula pela posse do apartamento a nove anos e seis meses, uma pena ampliada em segunda instância para 12 anos e um mês. O juiz da Lava-Jato havia determinado no dia 29 de janeiro a realização de um leilão público que só agora teve interessados.
Os 2,2 milhões de reais, valor mínimo estipulado pelo leilão, corresponde exatamente ao total de subornos atribuídos ao ex-Presidente (entre 2003 e 2010), segundo os procuradores, na renovação do apartamento.
Lula da Silva, de 72 anos, começou a cumprir a sentença de prisão no início de abril em Curitiba. O antigo Presidente diz estar inocente e alega que não há provas concretas de que o apartamento lhe era destinado.
Segundo a leiloeira, o apartamento, de 297 metros quadrados, tem quatro quartos, piscina e churrasqueira e localiza-se em Guarujá, uma estância balnear perto de São Paulo.
ZAP // Lusa
