Juiz considera elevada a possibilidade de o antigo banqueiro fugir caso fosse libertado.
Rajesh Parshotam, juiz do tribunal de Verulam, na África do Sul, negou o pedido de fiança feito pela defesa de João Rendeiro no valor de 2.190 euros. Desta forma, o antigo presidente do Banco Privado Português, já julgado e dado como culpado pelos tribunais portugueses, continuará detido no mesmo país em que foi detido no passado sábado. Ainda de acordo com o magistrado, o pedido de extradição das autoridades portugueses deverá ser novamente analisado a 10 de janeiro — apesar de Parshotam ter afirmado que este processo ainda não foi formalizado.
Na audiência, o juiz considerou que os argumentos dados pelo antigo banqueiro para não continuar detido não são verosímeis, nomeadamente as más condições da prisão sul-africana, onde Rendeiro alegava correr risco de vida, mas também o facto de os mandados de detenção internacionais não terem sido corretamente emitidos. Foi também evocada a possibilidade de Rendeiro — caso fosse libertado — tentar uma nova fuga, já que este não tinha laços na África do Sul — ao contrário do que acontece em Portugal, onde tem a mulher.
“O réu não tem respeito pelo processo em Portugal, porque o teria em África do Sul?”, questionou o magistrado, dando assim a entender que caso o antigo banqueiro fosse libertado tentaria nova fuga. “A África do Sul não pode dar-se ao luxo de ser um lugar seguro para fugitivos. Não queremos fazer deste país um santuário para fugitivos internacionais”, estabeleceu Parshotam.
Em causa estão penas de cinco anos e oito meses por falsidade informática e falsificação de documentos; de dez anos por fraude fiscal; e de três anos e seis anos por burla qualificada — com os dois últimos processos ainda em recurso.
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