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Tribunal acusa Flynn de “ter vendido” os Estados Unidos, mas adia condenação

Jim Lo Scalzo / EPA

Michael Flynn, antigo conselheiro de segurança de Donald Trump

Um tribunal norte-americano aceitou adiar a condenação de Michael Flynn, antigo conselheiro de Segurança Nacional de Trump, que admitiu ter mentido ao FBI durante a investigação sobre a alegada interferência russa nas eleições presidenciais de 2006 , para março do próximo ano. 

O juiz Emmet Sullivan, que conduziu a audiência nesta terça-feira, criticou duramente a conduta do antigo conselheiro presidencial e general reformado, acusando-o de ter traído os Estados Unidos.

“Não vou esconder a repugnância e o desprezo que sinto perante esta ofensa criminal. [Mentir ao FBI e à Casa Branca] vai contra tudo o que aquela bandeira significa”, lamentou o juiz, citado pelo jornal Público. “Indiscutivelmente, vendeu o seu país”, atirou.

Apesar das fortes acusações, o juiz aceitou o pedido da defesa de Flynn, que solicitou mais tempo para que o antigo general conseguisse terminar a sua colaboração com a investigação e os promotores norte-americanos, reporta a agência Reuters.

Contudo, o magistrado disse não descartar uma moldura penal que implique prisão. “Não lhe posso garantir que não receberá uma sentença de encarceramento”, disse.

Sullivan impôs restrições de viagens ao antigo conselheiro presidencial, ordenando que entregasse o seu passaporte e que obtivesse uma autorização judicial antes de se deslocar para qualquer área fora de Washington.

À luz da constituição dos Estados Unidos, mentir ao FBI é crime passível de ser punido com uma pena máxima de cinco anos de prisão. No entanto, e tendo em conta os termos de acordo que Flynn selou com o procurador-geral Robert Muller, o antigo conselheiro fica elegível apenas para uma detenção entre os zero e os seis meses.

O general reformado apoiou Trump durante a campanha, mas as suas relações de proximidade com os russos suscitaram reservas. Acabou por se demitir, em fevereiro de 2017, após informações de que teria enganado o vice-presidente, Mike Pence, e outros funcionários sobre os seus contactos com a Rússia.

ZAP //

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