No espaço de pouco mais de três semanas, Carlos Moedas teve três derrotas na Câmara Municipal de Lisboa, e a “Novos Tempos” acusa a Esquerda de “boicote” à governação do presidente da câmara.
A primeira derrota ocorreu no fim de novembro, com os votos contra de toda a oposição do executivo (PS, Livre, Paula Marques, PCP e BE), que se juntaram para lhe chumbar a proposta de alteração do Programa de Renda Acessível.
A segunda aconteceu esta terça feira, quando a Assembleia Municipal, perante o voto contra do PSD, aprovou uma recomendação do Bloco de Esquerda, que procurava retomar o anterior modelo de descentralização dos centros de vacinação (em vez de estarem concentrados na FIL e na Ajuda).
A terceira decorreu na quarta feita, quando o executivo camarário voltou a unir as forças de esquerda para aprovar, contra a vontade social-democrata, uma proposta do PS/Livre, que procurava a “suspensão imediata” de novos alojamentos locais em Lisboa, até à entrada em vigor da alteração ao regulamento municipal desta atividade.
A coligação autárquica para Lisboa, Novos Tempos, acusou a Esquerda de “obstaculizar” a governação de Moedas. Já o Bloco de Esquerda afirma estar apenas a defender o programa para o qual os seus eleitores votaram.
De acordo com o Jornal i, vários membros da coligação Novos Tempos rejeitam a ideia de Carlos Moedas não ter condições de governabilidade.
Esse é o caso de Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente do executivo camarário, que considera que Moedas continua com todas as condições para governar Lisboa.
É uma visão partilhada também por Sofia Vala Rocha, deputada municipal pelo PSD, e Francisco Camacho, deputado municipal pelo CDS-PP.
Estes dois deputados criticam, por sua vez, que o Bloco de Esquerda está, deliberadamente, a prejudicar a Coligação Novos Tempos.
“Pelo histórico do anterior mandato, parece-me evidente que o PS está a dar uma pirueta grave, usando a sua presença num órgão autárquico não para servir os lisboetas, mas para boicotar a força política dos Novos Tempos”, refere Camacho.
Já Sofia Vala Rocha realça que a vitória de Moedas, que “surge no fim do primeiro mandato, o que nem é hábito”, está a ser afetada pela Esquerda, a “obstaculizar o programa Novos Tempos”.
A deputada está “surpresa” porque “o PS e o BE têm dificuldade em respeitar o voto popular”, e não estão “a compreender a vontade de mudança expressa”.
Uma fonte dentro do gabinete de Moedas rejeita haver qualquer “leitura” ou “análise” a ser feita sobre a situação, embora aproveite para apontar o dedo à oposição.
“Grande maioria das propostas foram aprovadas, outras não. Mas não ignoramos pequenos sinais que parecem revelar que a oposição está de costas voltadas para os lisboetas”, refere.
“Da parte do executivo camarário, iremos continuar a defender Lisboa e os nossos munícipes”, acrescenta ainda a fonte.
Isabel Pires, deputada municipal do Bloco de Esquerda, explica que o seu partido nada mais faz do que “responder pelo seu programa”.
Referindo-se à recomendação aprovada esta semana, a deputada nota que o programa do Bloco é “baseado na ideia de defesa de uma cidade para todos e todas, que tem nos serviços públicos e na saúde uma das prioridades”.
Neste país é assim , quando ganha quem não é da esquerda , está sujeito a estas coisas . Com minoria ou maioria , a governação e as reformas necessárias deviam ser asseguradas por quem ganha
Claro que a teoria dos esquerdalhas é essa. Segundo a esquerda caviar, eles estão a cumprir o que prometeram aos lisboetas, mas esquecem-se que os lisboetas não quiseram aceitar aquilo que eles prometeram e o que querem é o que prometeu quem ganhou.
O que eles precisam sei eu …