Há três barragens em Portugal próximas do volume morto (com “substâncias tóxicas”)

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Mike Finn / Flickr

Barragem de Bravura, em Lagos.

A situação de falta de água continua a agravar-se em Portugal e já há três barragens que estão com o armazenamento de água próximo do volume morto.

Também chamado de reserva técnica de água, este é o nome dado à reserva de água mais profunda, que fica abaixo dos canos de captação que normalmente são usados para retirar água da barragem para o seu uso.

Apesar de ficar abaixo dos canos de captação, esta água pode ser recolhida através de bombas, embora tecnicamente não seja recomendável. Vários especialistas argumentam que esta água é de “má qualidade”, uma vez que acumula sujidade e substâncias tóxicas.

Como o volume morto é criado para não ser usado, leva a que se acumulem anos de sedimentos que deterioram a qualidade da água nessa faixa do reservatório.

Atualmente, escreve o Correio da Manhã, o caso mais preocupante é o da Barragem de Campilhas, em Santiago do Cacém, que tem 1.036 hectómetros cúbicos de água — apenas 3,8% da capacidade total. A reserva técnica de água situa-se abaixo dos 1.000 hectómetros cúbicos.

As outras barragens em situação crítica são as de Monte de Rocha, em Ourique, que está com 12,3 hectómetros cúbicos e cujo volume morto é de 5 hectómetros cúbicos; e a da Bravura, em Lagos, que está com 4,6 hectómetros cúbicos e cujo volume morto é de 2,5 hectómetros cúbicos.

As barragens de Alto Lindoso, em Arcos de Valdevez, e Alto Rabagão, em Montalegre, também estão com um armazenamento abaixo de 25%. A primeira está com 15,8% do volume, enquanto a segunda está com 20,4%. Há um ano estavam com 56,9% e 80%, respetivamente.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Câmara de Carrazeda de Ansiães estão a ponderar suspender o abastecimento de água durante a noite. O aumento do segundo escalão do tarifário também está a ser ponderado face à situação crítica de cinco barragens no nordeste transmontano, escreve o Jornal de Notícias.

A percentagem de água no solo em grande parte do nordeste transmontano está abaixo dos 10%, no cenário mais gravoso de todo o país.

Daniel Costa, ZAP //

1 Comment

  1. Sabendo que chove muito mais no Norte que no Sul, continuo a não entender de que estão à espera os nossos governantes para unir as barragens do Norte com as do Sul por um sistema de canais. Entendo que possa parecer megalômano agora, se calhar em 20 anos quando as secas extremas já sejam comuns, já não será tanto.

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