A Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP) defendeu esta quinta-feira que a subconcessão dos transportes públicos de passageiros anunciada pelo Governo pode levar a serviços mais caros e de menor qualidade.
A posição da associação, expressa num comunicado enviado à agência Lusa, surge no dia em que o Conselho de Ministros anunciou que a subconcessão do Metro e da Carris deve realizar-se até ao final de julho, no seguimento do concurso público internacional que vai ser entretanto lançado.
A ANTROP “lamenta profundamente” que o Governo “tenha avançado à pressa com este novo regime” sem auscultar “os principais actores do sector”.
E acrescenta que a alteração ao sistema de transporte público rodoviário de passageiros “tem riscos a vários níveis”, sendo expectável que “possa acarretar sérias consequências para o sector, que se poderão vir a traduzir num encarecimento do serviço de transporte para os utentes, numa desarticulação da actual oferta com quebra de cobertura espacial, e diminuição do nível e da qualidade do serviço, com novos e acrescidos encargos para o erário público”.
O comunicado adianta que o novo regime é “manifestamente proteccionista” das actuais empresas públicas, “procurando salvaguardar para estas o acesso ao mercado em condições mais vantajosas do que para as empresas privadas“, algo que a ANTROP considera “inaceitável e injustificável“.
A ANTROP, segundo o mesmo comunicado, representa 86 empresas de transporte rodoviário pesado de passageiros, com uma frota de 7.200 autocarros e empregando aproximadamente 12 mil pessoas, com um transporte anual de 400 milhões de passageiros.
Também hoje, uma outra associação do setor, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) afirmou, sobre o mesmo assunto, que tudo fará para travar a subconcessão do Metro de Lisboa e da Carris, admitindo recorrer aos tribunais.
/Lusa