Uma nova investigação sugere que foram as traições e as desconfianças que ajudaram a espécie humana a espalhar-se tão rapidamente por todo o mundo.
Esta conclusão retirada de um estudo da arqueóloga Penny Spikins, da Universidade de York, no Reino Unido, evidencia que o aparente sucesso humano na conquista do mundo é, afinal, apenas uma manifestação do lado mais negro da natureza da humanidade.
A investigadora debruçou-se sobre a forma como os humanos se espalharam por todos os cantos do planeta.
Segundo o estudo da arqueóloga, a dispersão dos nossos antepassados mais primitivos era lenta e surgia sobretudo provocada por fenómenos ambientais, nomeadamente secas que provocavam a escassez de alimentos – e era, muitas vezes, travada por barreiras ambientais ou climáticas.
Mas, há cerca de 100 mil anos, essa dispersão da espécie humana pelo mundo mudou significativamente, efectuando-se de forma muito mais rápida e independente de quaisquer barreiras.
O estudo de Penny Spikins relaciona esta alteração com mudanças nas relações emocionais dos humanos.
A arqueóloga considera que as “traições e quebras de confiança” foram o principal motor para essa dispersão rápida, e que os humanos foram movidos pelo “desejo de evitar o dano físico de ex-amigos desiludidos”.
“Os conflitos morais provocam mobilidade substancial – o furioso ex-aliado, ex-companheiro ou ex-grupo, com uma lança envenenada ou uma intenção de procurar vingança ou justiça, são uma forte motivação para fugir e para assumir quase todos os riscos para o fazer”, diz Penny Spikins, citada pelo site da Universidade de York.
“Enquanto vemos a dispersão global da nossa espécie como um símbolo do nosso sucesso, parte das motivações para tais movimentos reflectem um lado negro, embora não menos colaborativo, da natureza humana”, acrescenta a investigadora.
Na pesquisa, publicada na Open Quaternary, a arqueóloga alega que os compromissos entre humanos se tornaram cada vez mais vitais para a sobrevivência e que, por isso, as comunidades começaram, cada vez mais, a punir aqueles que eram considerados traidores.
Isto levou ao desenvolvimento do lado mais negro da natureza humana, provocando “disputas morais motivadas pela quebra de confiança” e sentimentos de “traição” cada vez mais frequentes, o que obrigava os elos mais fracos a afastarem-se dos seus rivais, movidos pelo rancor e pelo medo de retaliações, independentemente dos riscos que pudessem correr nessa aventura.
“As colonizações activas de e através de terreno perigoso são difíceis de explicar através de escolhas imediatas e pragmáticas”, constata Penny Spikins, frisando que essa explicação é mais fácil de fazer através do “aumento da forte motivação de magoar outros, mesmo que às próprias custas, que os compromissos emocionais alargados acarretam”.
SV, ZAP
Que “investigação” mais patética. Só podia ser americana. O entendimento da pré-história e história e da evolução da espécie humana ao longo do tempo, incluindo a actualidade não é propriamente o ponto forte deles. A história para eles resume-se aos cowboys, à guerra civil americana, ao desembarque na Normandia, às batalhas navais contra o Japão e pouco mais.