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Para trabalhar, “não se pode usar saia travada”

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GoncalodaCamaraPereiraOficial / Facebook

Gonçalo da Câmara Pereira

Gonçalo da Câmara Pereira, o fadista que é também vice-presidente do Partido Popular Monárquico (PPM), elogiou Assunção Cristas, de quem se tornou aliado para as autárquicas de Lisboa, de uma forma que está a dar que falar – e não é pelos melhores motivos.

Assunção Cristas assinou com o Movimento Partido da Terra e com o PPM um acordo de coligação para a candidatura autárquica a Lisboa e o vice-presidente do partido monárquico defendeu que, para trabalhar, usa-se saia larga ou, se necessário, calças.

Gonçalo da Câmara Pereira começou por elogiar a “experiência académica, social e política” da presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, mas considerou que, “acima de tudo”, a candidata é “uma mulher casada, que provou, como a maioria das portuguesas pode trabalhar e ter filhos”, já que “não descurou o trabalho e não descurou a casa”.

Depois de assinar o acordo de coligação com o CDS-PP e o MPT em nome do PPM, na sede do CDS-PP, o vice-presidente do partido monárquico pretendeu estabelecer uma analogia entre a mulher e a cidade, afirmando que Lisboa é, neste momento, “agradável à vista e fotogénica, mas de espartilho e saia travada”.

“Com dificuldade em respirar e andar, não trabalha e vive da foto”, disse.

“Como mulher, a dr.ª Assunção Cristas sabe bem que, para se trabalhar, não se pode usar espartilho nem a saia travada, a saia tem de ser larga e, se necessário, vestir calças, calças que ultimamente não se sabe onde andam, custam a ver”, afirmou Gonçalo da Câmara Pereira, após a assinatura do acordo.

As declarações do fadista estão a dar que falar nas redes sociais e, entre anónimos e famosos, há quem note o machismo das palavras e, por outro lado, quem evidencie o “desespero” de Assunção Cristas por se aliar a alguém que tem este tipo de discurso.

Até a escritora Inês Pedrosa veio comentar o assunto, notando que “Gonçalo da Câmara Pereira já começou a tirar votos a Assunção Cristas”.

Em reacção às palavras de Gonçalo da Câmara Pereira, Assunção Cristas disse que tem “calçado botas e calças de ganga, muitas vezes, para estar nos bairros sociais junto das pessoas que não conhecem visitas por parte do executivo camarário, excetuando da polícia quando é para os pôr fora das suas casas”.

ZAP // Lusa

18 Comments

  1. Mais uma versão: “Diz o roto ao nu, porque não te vestes tu”,…. Que entende esta gente de trabalho?

  2. Que triste homenzinho muito pequenino. Quando eles são assim muito pequeninos, têm medo das mulheres e dizem aberrações ! Oh Nuno, para falar há que se saber o que diz, quer seja homem quer seja mulher.
    As mulheres fazem o que querem, com saia travada, saia larga, calças, calções, são campeãs multifacetadas, coisa que voce nem sabe o que é.

  3. Nem vou comentar a questão da indumentária, porque eu só consigo tiro os saltos muitas vezes quando vou dormir, ou então ando descalça mas só troco de roupa p/ir dormir! Não há tempo para isso “para a mulher não descurar nada”, não é Sr. Gonçalo da C. Pereira????? Agora, o que mais há p/aí são homenzinhos que fazem o seu trabalho mediocremente e depois descuram tudo! Será que também usam saia travada?!?!?!?!?!?!?! E eu que até gostava de si….

  4. Pois não. Dispensa-se bem a saia travada,… veste-se uma calcinha e barreto de cavaleira, e com um bom fato de banho começam-se a assinar decretos por telefonema,… de preferencia nas Praias do Algarve. Depois é só mandar beijinhos para as velhinhas de Lisboa. Tudo feito.

  5. Bem a histeria colectiva feminista, a vir À superfície. Mas qual é o grave problema de ele ter dito aquilo? Era um trocadilho sem consequências nenhumas. Insultou alguém? Proibiu as mulheres de fazerem alguma coisa? Se fosse uma mulher a dizer que para ter intuição era preciso usar saias… Ou que para usar maquilhagem era preciso ser mulher, se calhar ninguém achava mal. MAs neste país os comentários só são sexistas quando o sexo visado é o feminino.

  6. Foi uma péssima escolha de Cristas juntar o PPM de Nuno á sua coligação, não vai abonar em nada só a vai prejudicar e muito, ela não precisa do PPM para nada é uma Mulher com M grande, sabe muito bem o que quer para Lisboa. Livre-se dele rapidamente…

  7. A necessidade de protagonismo leva as pessoas a dizer disparates porque nada têm de substancial a oferecer aos munícipes de Lisboa. A necessidade de arranjar “lugares” está na base dos “acordos”. Quanto ao facto de A. Cristãs se referir à polícia presente nos bairros qdo portugueses perdem as suas casas, devia ter vergonha porque foi o governo do qual o seu partido fez parte, que mais portugueses perderam as suas casas.

  8. O “software mental” desta gente continua a ser o do feudalismo : monarquia – fados – marialvismo e – aposto – … touradas !

    • Fernando Atento, acertou na “mosca”.
      Este Gonçalo da Câmara Pereira é fadista, é monárquico, é marialva e é aficionado de selvajaria tauromáquica, como manda a lei. Mas a Cristas também é aficionada da mesma selvajaria. Portanto, com saia travada ou sem ela, ambos estão juntos para assegurar que o passado não seja morto e enterrado.

      • Era este “software” feudal que já o Marquês queria enterrar. Primeiro queria que os “nobres” estudassem… Hoje já não há “nobres” mas os seus “sucedâneos” e “wannabees” herdaram o analfabetismo até hoje. Acham certamente que “faz parte”… “eu cá p’ra mim, não há oh não, maior prazer do que o selim e a mulher… Rédeas na mão, trotar…” e não saem disto.

      • É isso, Fernando Atento.
        É o tal atraso civilizacional de que Portugal ainda sofre, e o qual, partidos como o da Cristas, tentam manter a todo o custo. O outro, o monárquico, não está representado na Assembleia da República, mas vai contribuindo para esse atraso.

  9. Um comentário que para além de machista e despropositado só revela falta de visão de quem o imite? Ao focar-se na indumentária no trabalho, tema que não interessa nem ao menino jesus, não está a preocupar-se com temas que realmente interessam como a elevada carga fiscal que está a estrangular a economia, a elevadíssima dívida pública do nosso estado, a elevada despesa pública (que não permite reduzir a carga fiscal), etc, etc. Sinceramente, não me parece que a A. Cristas tenha algo a ganhar em associar-se a gente com esta falta de visão.

    • Falta de visão está em prender-se com pormenores como os de um comentário sobre a roupa. Tem uma importância que vai lá vai!.. É gravíssimo, caro amigo. Já agora proponho pelotão de fuzilamento para um crime tão grave.

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