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Das dores musculares às insónias. Trabalhar na cama pode causar danos permanentes, alertam especialistas

Trabalhar recorrentemente a partir da cama pode causar danos físicos e psicológicos permanentes na saúde dos trabalhadores, que incluem dores de costas e insónias, alertaram vários especialistas em declarações à BBC.

O teletrabalho tornou-se uma realidade no mundo de trabalho à boleia da pandemia de covid-19, obrigando trabalhadores e entidades patronais a adaptar as suas dinâmicas.

Há quem opte por trabalhar na cama, mas os especialistas alertam que esta não é uma boa opção do ponto de vista do bem-estar dos trabalhadores, uma vez que há uma série de efeitos negativos associados a este hábito, mesmo que não sejam desde logo aparentes.

De acordo com os especialistas ouvidos pela emissora BBC, trabalhar no “conforto” da cama pode forçar o pescoço, costas e os quadris, podendo aumentar a sensação de dor nestas zonas durante meses ou até anos. Mas os danos não são só físicos: este mesmo hábito pode também causar dores de cabeça, insónias e afetar a produtividade.

“Nada disto é ideal”, afirmou Susan Hallbeck, responsável da Mayo Clinic, uma das maiores instituições de investigação médica dos Estados Unidos, dando conta que os hábitos não são só físicos, mas também emocionais.

Os especialistas alertam que estes danos podem ser permanentes e, mesmo que não se manifestem de imediato, poderão surgir a longo prazo.

Por tudo isto, os especialistas aconselham os trabalhadores nesta situação a trabalhar numa mesa ou numa superfície plana com uma cadeira de apoio.

Os investigadores reconhecem, contudo, que nem todas as pessoas têm um espaço apropriado para trabalhar em casa e, por isso, a cama pode tornar-se na única opção disponível. Quem precisar de continuar a trabalhar nesta situação, aconselham, deve tentar replicar a “postura neutra” conseguida na cadeira: devem tentar sempre sentar-se da forma mais direita possível, evitando colocar tensão em zonas localizadas do corpo.

Podem ser colocadas almofadas nas costas para apoio lombar para ajudar a manter a postura. Em todo o caso, frisam, deve evitar-se escrever num computador de bruços.

Rachel Salas, professora associada de neurologia e especialista do sono na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, remata: “Como especialistas em sono, tendemos a recomendar que a cama seja utilizada apenas para os três Ss: para dormir (sleep), para ter relações sexuais (sex) ou em situações de doença (sick)”.

ZAP //

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