Dask Gupta tem 22 anos e avisou logo os candidatos a trabalhar na sua empresa que não haveria muito espaço para vida fora do trabalho.
Daksh Gupta só tem 22 anos mas já é director-executivo da Greptile, uma startup muito focada na Inteligência Artificial.
A empresa está a contratar e, ao falar com os candidatos, o jovem responsável avisou logo: não vai haver muito espaço para ter vida fora do trabalho.
Isto porque um dia normal na Greptile é trabalhar das 9h da manhã até às 23h. Também se trabalha ao sábado e, às vezes, aos domingos.
Resumindo: trabalha-se 14 horas por dia e 6 dias por semana, por vezes 7 dias por semana. 98 horas por semana, se também trabalharem ao domingo.
Com um ambiente de “muito stress” e onde “não há tolerância para quem trabalha mal”, avisou no X.
Daksh Gupta confessa que, no início, até se sentiu mal por ter este tipo de conversa. Mas está convencido de que é melhor ser transparente. Assim, as pessoas sabem logo ao que vão; não são surpreendidas quando começam a trabalhar.
recently i started telling candidates right in the first interview that greptile offers no work-life-balance, typical workdays start at 9am and end at 11pm, often later, and we work saturdays, sometimes also sundays. i emphasize the environment is high stress, and there is no…
— Daksh Gupta (@dakshgup) November 9, 2024
Consequência desta publicação: recebeu centenas ou milhares de e-mails. 80% eram candidaturas, 20% eram ameaças de morte.
Numa publicação no dia seguinte, Daksh Gupta escreveu: “Pode ser difícil de acreditar mas há pessoas que querem isto, embora seja uma minoria. A transparência existe para identificá-las”.
O director explicou também que esta rotina não é eterna; “não é sustentável”. No primeiro ou nos dois primeiros anos de uma startup, é assim.
“À medida que amadurecermos, iremos contratar pessoas mais velhas e experientes, que tenham família e não possam trabalhar 100 horas por semana. E naturalmente vamo-nos adaptar como qualquer boa empresa”, garantiu
Daksh Gupta também comentou que esta regra não é universal: há pessoas “brilhantes” que gerem empresas de sucesso, cheias de “pessoas brilhantes que não se esforçam tanto”.