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Toys “R” Us abre falência para poder garantir as prendas de Natal

A empresa de brinquedos norte-americana Toys “R” Us apresentou um pedido de insolvência devido à sua elevada dívida e às mudanças nos hábitos de consumo dos consumidores, que compram cada vez mais pela Internet.

A empresa apresentou o pedido de “proteção de falência” no Tribunal de Falências do Distrito Leste da Virgínia, EUA, e também no Canadá.

A empresa, com várias lojas em Portugal, avançou com um processo para reestruturar a sua rede comercial, que inclui fechar as instalações menos lucrativas e renovar o resto para melhorar a experiência de compra dos consumidores, segundo disseram à agência de notícias EFE fontes conhecedoras do processo.

A cadeia planeia gastar grande parte do valor do “empréstimo de falência” na compra de produtos e no financiamento das suas operações, de acordo com a mesma fonte.

O pedido de “proteção” dos credores ajuda, assim, a empresa a assegurar as vendas com vista à época de Natal, altura em que a Toys “R” Us comercializa mais brinquedos, destaca a agência Reuters.

“Hoje marca o nascimento de uma nova era na Toys “R” Us, onde esperamos que os constrangimentos financeiros que nos detiveram sejam resolvidos de forma efectiva e duradoura”, refere o presidente executivo da empresa, Dave Brandon, num comunicado citado pela CNBC.

Incógnita quanto ao futuro das lojas em Portugal

Nos EUA, quando uma empresa não consegue cumprir a sua dívida e pagar aos credores, pode apresentar uma petição de proteção de falência. No seu caso, a Toys “R” Us optou pela via segundo a qual a empresa mantém, na maioria dos casos, controlo sobre as suas operações, mas sob supervisão judicial.

A Toys “R” Us diz que a supervisão judicial permitirá reestruturar a dívida e que as operações fora dos EUA e do Canadá, incluindo mais de 250 lojas licenciadas e parcerias na Ásia, não integram este pedido.

A cadeia tem oito lojas em Portugal, nas zonas de Braga, Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Coimbra, Almada, Cascais e Lisboa, e, para já, não há informações oficiais sobre o futuro desses espaços, nem sobre os postos de trabalho dos seus funcionários.

Atualmente, a cadeia de brinquedos tem cerca de 1.700 lojas em todo o mundo e, no ano passado, gerou uma receita de 11.500 milhões (cerca de 9.590 milhões de euros).

Do ‘baby boom’ ao declínio na era digital

A empresa foi criada em 1948 por Charles Lazarus, que aproveitou o “baby boom” após a Segunda Guerra Mundial e abriu o seu primeiro estabelecimento em Washington, sob o nome de Children’s Bargain Town.

Em 1957, adotou o nome Toys “R” Us, com o qual entrou em Bolsa, em 1978.

Em março de 2005, o consórcio formado pelas firmas Kohlberg Kravis Roberts, Bain Capital e Vornado Realty Trust chegou a um acordo para retirar a Toys “R” Us do mercado e comprá-la por 6.600 milhões de dólares.

Em 2013, abandonou os planos para regressar ao mercado.

Desde então, manteve um alto endividamento, o que limitou a sua capacidade de investir em planos de crescimento, incluindo o desenvolvimento do seu canal online.

Em Espanha, a Toys “R” Us abriu o seu primeiro estabelecimento em 1961, em Sant Quirze del Vallès (Barcelona), e 20 anos depois, em 2011, começou a vender online.

Se, no início, a aposta da empresa era abrir estabelecimentos de grande formato nos arredores das principais cidades, agora concentra-se no desenvolvimento de lojas de proximidade, no centro das principais cidades.

ZAP // Lusa

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