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Tomates modificados são uma fonte acessível para tratar a doença de Parkinson

(dr) Phil Robinson

Um tomate projetado para produzir L-DOPA, um medicamento usado para tratar a doença de Parkinson

Uma equipa de cientistas conseguiu produzir frutos com uma maior quantidade de L-DOPA, uma substância usada no tratamento da doença de Parkinson.

Cientistas modificaram geneticamente um tomate para produzir levodopa (L-DOPA), um precursor de aminoácido do neurotransmissor dopamina que compensa o fornecimento desfalcado em pacientes com Parkinson. Apesar de a forma mais comum do medicamento ser sintética, também existem fontes naturais.

A L-DOPA é produzida a partir da tirosina, um aminoácido encontrado em muitos alimentos. Recentemente, a equipa do Centro John Innes, no Reino Unido, inseriu um gene em tomates que codifica a tirosinase, uma enzima que usa a tirosina para construir moléculas como a L-DOPA. O processo elevou o nível da substância na fruta.

Segundo o Tech Explorist, o uso de tomates como fonte de levodopa oferece benefícios às pessoas que sofrem efeitos adversos com a toma do medicamento, nomeadamente náuseas e distúrbios comportamentais causados pela L-DOPA sintetizada quimicamente.

O tomate foi o fruto escolhido uma vez que pode ser produzido em larga escala, além de ser uma cultura amplamente cultivada pelo mundo inteiro.

Cathie Martin, autora do estudo, explicou em comunicado que o objetivo dos cientistas é permitir o cultivo de tomates com “relativamente pouca infraestrutura” a um “custo relativamente baixo”.

“Demonstramos que o uso de tomates que expressam tirosinase como fonte de L-DOPA é possível. É mais uma demonstração do tomate como uma forte opção para a biologia sintética. Além disso, houve surpreendentes efeitos benéficos, como melhoria na vida útil e níveis elevados de aminoácidos que podemos investigar”, acrescentou Dario Breitel, primeiro autor do artigo científico publicado na Metabolic Engineering.

Além de eliminar os efeitos adversos da L-DOPA, o tomate geneticamente modificado vai tornar acessível um produto farmacêutico que é caro, principalmente em países em desenvolvimento, onde muitos pacientes não conseguem pagar o preço diário de dois dólares (1,65 euros) de levodopa sintética.

Liliana Malainho, ZAP //

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