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Todos os dias, falhamos às mulheres

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As Nações Unidas consideram, esta quinta-feira, que o Mundo está a “falhar às mulheres e às raparigas” em matérias como a luta contra a pobreza ao acesso à educação, a representação política ou oportunidades económicas.

Todos os anos, 245 milhões de mulheres com mais de 15 anos são vítimas de violência física por parte do seu parceiro.

Uma em cada cinco mulheres casa-se antes dos 18 anos.

As mulheres fazem mais 2,8 horas diárias de trabalho doméstico não remunerado do que os homens.

E apenas 26,7% dos membros dos parlamentos democráticos são mulheres.

Um relatório das Organização das Nações Unidas (ONU), sobre a desigualdade de género, publicado esta quinta-feira, concluiu que a igualdade de género está a tornar-se um objetivo cada vez mais distante.

No relatório, são analisados os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, adotados pelos Estados em 2015.

A ONU mostrou-se preocupada com os problemas que continuam a persistir e sublinhou que o Mundo está a “falhar às mulheres”.

“Quando olhamos para os dados, vemos que o mundo não está a conseguir avançar e alcançar a igualdade de género. É um objetivo cada vez mais distante”, declarou, à agência de notícias francesa AFP, Sarah Hendriks, diretora-executiva adjunta da agência ONU Mulher.

O Mundo falha às mulheres

Um dos ODS, especificamente dedicado à igualdade de género, visa acabar com a discriminação, eliminar a violência contra as mulheres, os casamentos forçados e a mutilação genital, repartir o trabalho doméstico, garantir o acesso à saúde sexual e assegurar a participação efetiva na vida política e económica.

No entanto, o relatório refere que “a meio caminho de 2030 (data para cumprir o ODS), o mundo está a falhar com as mulheres e as raparigas“, e a maior parte das metas para este objetivo específico não está no bom caminho.

Para alterar esta situação, a agência estima que seriam necessários investimentos adicionais de 335 mil milhões de euros por ano em cerca de cinquenta países em desenvolvimento, que representam 70% da população mundial.

Sarah Hendriks sublinhou que este montante “seria suficiente para encorajar todos” os indicadores dos ODS.

“Sabemos o que é necessário ser feito e o mundo tem de pagar por isso. Se fizermos da igualdade de género um objetivo de desenvolvimento específico, a trajetória pode mudar”, insistiu, pedindo que “as mulheres e as raparigas sejam colocadas no centro” das políticas públicas.

Em julho, a ONU declarou que os ODS estavam “em perigo”, apelando a um “plano de salvamento” apenas algumas semanas antes de uma cimeira dedicada a esta questão, a 18 e 19 de setembro.

Segundo a ONU, ao ritmo atual, 575 milhões de pessoas continuarão a viver na pobreza extrema em 2030, muito longe da erradicação desejada, dos quais 342 milhões – 60% – serão do sexo feminino, ou seja, cerca de uma em cada doze mulheres no mundo.

ZAP // Lusa

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