Um novo estudo da Unidade de Conservação da Pesquisa em Vida Selvagem chegou à conclusão de que os tigres estão extintos no Laos. Uma pesquisa de cinco anos na Área Protegida Nacional de Nam Et-Phou Louey, rica em biodiversidade, não encontrou nenhuma evidência destes felinos.
A mesma pesquisa encontrou, no entanto, evidências de armadilhas mortais planeada para matar os animais que nelas tropeçam. “As armadilhas são simples de fabricar. Uma pessoa pode colocar centenas ou mesmo milhares delas, que matam indiscriminadamente e são desumanas para qualquer animal que seja capturado”, explicou a zoóloga e principal autora do estudo, Akchousanh Rasphone.
As armadilhas são um grande problema no Laos e no Sudeste Asiático. Os tigres são mortos pela sua carne, mas, sobretudo, pela sua valiosa pele. A última estimativa feita da população destes animais, divulgada em abril de 2016, mostrava que havia apenas dois tigres selvagens no Laos.
No primeiro ano desta investigação, os cientistas observaram estes animais, mas nunca mais foram vistos até hoje. O artigo científico foi publicado na Global Ecology and Conservation.
As mortes destes animais estão alinhadas com o lento declínio do tigre da Indochina (Panthera tigris tigris). Atualmente, as únicas populações saudáveis habitam na Tailândia, país que conta com cerca de 189 desses animais na natureza. Restam ainda 7 na China, menos de 5 no Vietname e, talvez, alguns no Myanmar.
Ainda assim, este não é necessariamente o fim dos tigres no Laos. Os especialistas consideram que se o Governo agir, poderá recuperar a população selvagem através do controlo da crise de armadilhas.
Além disso, existem centenas tigres em cativeiro no país. Estas raças geneticamente modificadas vivem em campos ilegais e desumanos, onde são criadas somente para serem abatidas.
Apesar do problema, a notícia da extinção dos tigres selvagens pareceu desencadear muito pouca discussão sobre conservação no Laos. “A única coisa que preocupa o Governo é que o estudo faz o país parecer mau, em vez de pensar em como não repetir os mesmos erros novamente para as espécies que ainda restam”, resumiu Rasphone.
“A mensagem deste estudo precisa de ser levada como uma lição para outros países da região, além de ser interpretada localmente para a conservação das populações remanescentes de espécies importantes para o Laos”, concluiu a investigadora.
ZAP // HypeScience