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Terceiro período arranca esta terça-feira com aulas à distância

SESI SP / Flickr

O terceiro período letivo arranca esta terça-feira, mas a maioria dos alunos já não regressa à escola e continua a estudar à distância.

As escolas estão encerradas desde 16 de março, quando o Governo decidiu suspender todas as atividades letivas presenciais, e os alunos trocaram a sala de aula por um espaço na sua casa e passaram a ter aulas online e a receber os trabalhos por e-mail ou pelo correio.

Com o início do terceiro período, regressa o modelo de ensino à distância, uma vez que o executivo decidiu manter a suspensão das aulas presenciais para todos os alunos do ensino obrigatório, admitindo apenas o eventual regresso às escolas dos alunos dos 11.º e 12.º ano, devido à pandemia de covid-19.

Depois das duas semanas anteriores às férias da Páscoa marcadas por uma transição repentina para o mundo virtual e por um esforço de adaptação, tanto dos estudantes e das famílias, como das escolas, à nova realidade, pais, professores e diretores escolares estão agora confiantes em relação ao regresso às aulas.

“Agora já há alguma aprendizagem e mais orientações e organização, em termos nacionais e dentro de cada escola, o que permite que o trabalho seja menos difícil“, disse, na segunda-feira, Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof).

Também o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção, afirmou estar confiante com o recomeço das aulas, uma vez que foram sendo corrigidos erros e afinadas falhas nas duas últimas semanas de aulas do 2.º período, que já decorreram à distância.

Alguns desses erros relacionaram-se com o acesso desigual dos alunos aos equipamentos tecnológicos necessários para acompanhar as aulas que decorriam em plataformas online e aos materiais de trabalho que os professores distribuíam por e-mail ou por Whatsapp.

Ao longo das primeiras semanas de ensino à distância várias associações representantes dos diferentes membros da comunidade escolar denunciaram que nem todos os alunos tinham computadores e Internet em casa e, por isso, viam-se excluídos das aulas.

Entretanto, as escolas esforçaram-se por mitigar estas dificuldades, com algumas a possibilitarem o levantamento dos trabalhos em papel, e algumas entidades públicas e privadas também se juntaram, assegurando a entrega dos materiais em casa ou a distribuição de computadores e tablets pelas famílias carenciadas.

O problema também não passou despercebido ao Governo, que criou uma solução para este terceiro período assente na televisão, através da transmissão de conteúdos pedagógicos na RTP Memória direcionados aos alunos do 1.º ao 9.º ano de escolaridade.

A grelha do espaço #EstudoEmCasa, que vai ocupar parte da programação da RTP Memória durante o terceiro período, das 09:00 às 17:50, com aulas de 30 minutos para as várias disciplinas, já é conhecida, mas os professores querem ter também acesso aos temas que vão ser tratados em cada emissão para poderem preparar o trabalho com os alunos.

“Para os professores poderem organizar melhor as aulas, era importante que soubéssemos quais os conteúdos programáticos que serão exibidos na televisão” a partir de 20 de abril, sublinhou Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), em declarações à Lusa na segunda-feira.

Ainda assim, no geral, todos estão satisfeitos com a decisão do Governo de manter o ensino à distância durante o terceiro período e só retomar as aulas presenciais dos alunos do 11.º e 12.º anos caso haja garantias de segurança.

As medidas fazem parte da resposta do Governo para as escolas à pandemia de covid-19, que colocou em 19 de março o país em estado de emergência até 17 de abril.

// Lusa

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