Teodora Cardoso considera que período de estagflação “já não é apenas provável, mas certo no imediato”

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CFP

Teodora Cardoso, ex-presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP)

A ex-presidente do Conselho das Finanças Públicas, Teodora Cardoso, considera que é inevitável que a economia mundial entre em estagflação.

Teodora Cardoso considera que a existência de um período de estagflação já não é só uma possibilidade, mas algo certo “no imediato”.

“Um período de estagflação da economia mundial, ou seja, de fraco crescimento económico em simultâneo com subida da inflação já não é apenas provável, mas certo no imediato. A escassez e o correspondente aumento do custo da energia, dos cereais e de matérias-primas essenciais tornam-no inevitável“, escreveu, num artigo de opinião publicado no ECO.

“As dúvidas incidem sobre o modo como as políticas económicas vão combatê-la, de que depende a sua intensidade e duração”, lê-se ainda.

A antiga presidente do Conselho das Finanças Públicas culpa a guerra, a pandemia, mas também as políticas “macroeconómicas expansionistas”, sugerindo que entende que a política orçamental e monetária foram além do necessário nas economias avançadas.

Tendo em conta os contornos desta crise, a economista entende que a mesma não se resolve com recurso às políticas normalmente utilizadas para responder a este tipo de situações.

“Tratando-se de uma crise que não teve origem na quebra da procura, mas antes no seu crescimento face a profundas disrupções da oferta, não se resolve por simples recurso às habituais políticas macroeconómicas expansionistas”, considera.

Exigem-se “enormes investimentos, tanto na área da defesa, como para responder aos problemas ambientais e para tirar partido da evolução tecnológica, cuidando simultaneamente de atenuar os seus impactos no domínio social, agora agravados pela escassez e carestia de bens essenciais”.

“O ponto de partida dessa mudança consiste em reconhecer que não estamos perante uma crise da procura, mas sim da oferta, e que é desta que depende a capacidade de manter as políticas sociais que todos desejam”, salienta, pedindo aos agentes políticos que usem o financiamento europeu (Plano de Recuperação e Resiliência) e Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 de forma “eficiente”.

Ao mesmo tempo, pede ao Governo que proteja “os mais vulneráveis dos efeitos da inflação, que incide sobre bens essenciais como a alimentação ou a energia”.

No final de março, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que não previa um cenário de estagflação, mas reconheceu que a curto prazo o encarecimento da energia e a aceleração da transição energética vão subir os preços.

ZAP //

5 Comments

  1. Oh Nicolau deves estás a avaliar mal a opinião desta ” economista” da desgraça.
    Quando dizes que “tem sempre razão” estás a querer fazer esquecer que quando exerceu o cargo de ” fiscal” do Governo ( no tempo de Mário Centeno”) não acertou uma única previsão de falta de cumprimento do déficit.
    Esta Senhora agora reformada devia dedicar-se mais a ler histórinhas aos netos do que deitar faladura sobre coisas que agora já não domina.
    E tu devias também ser mais otimista e não embarcar também nestas falsas profecias

    • E já agora tu também podias perceber um pouco daquilo que estás aqui a querer comentar. Sim, o Nicolau está certíssimo. E quanto às contas do Centeno, deram certo porque na realidade, não só não houve um desagravamento fiscal como inclusivamente houve um aumento de impostos (ISP) e de muitas taxas e taxinhas. E pelo meio ainda houve uma aceleração do crescimento económico (resultado da conjuntura internacional e do trabalho feito pelo governo anterior na área do turismo e na orientação do Portugal2020 para as exportações). O crescimento levou a maior receita fiscal. De resto, 2019 foi o ano do maior saque fiscal alguma vez realizado aos contribuintes nacionais. Felizmente temos justiça, saúde, educação,… do melhor… ou não.

  2. Senhor distraído tanto se esforçou por querer contrariar a evidência que misturou alhos com bugalhos pensando que me baralha.
    O que eu afirmei foi sobre a opinião da “múmia passista” que escreveu que Portugal está a caminho da desgraça. Quis copiar e acompanhar a outra “múmia” que também ressuscitou para vir criticar o António Costa.
    Na falta de “paladinos” no desnorteado PSD estas “múmias” acham que têm de vir amedrontar os portugueses.
    Vai custar muito ( esperar pelos tachos mais quase cinco anos) mas vão ter de aguentar com a ditadura da maioria que deram ao PS.
    O resto é paisagem.

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