Paradoxo da igualdade de género: estudo revela surpresas

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A pesquisa desafia a suposição de que viver num país com melhores condições de vida significa que há uma redução nas disparidades de género.

Uma investigação recente publicada em Perspectives on Psychological Science, que fez uma análise abrangente de 54 artigos e 27 meta-análises, examinou o “paradoxo da igualdade de género” em relação às condições de vida e às diferenças psicológicas de sexo.

Este paradoxo sugere que melhores condições de vida estão ligadas a maiores diferenças de sexo na personalidade e função cognitiva, mas isso não se aplica uniformemente em todos os domínios.

O estudo teve como objetivo entender como é que as variações nas condições de vida correspondem a diferenças psicológicas de sexo. Indicadores como igualdade de género, oportunidades económicas, educação, saúde e longevidade foram usados para estudar os seus efeitos sobre dimensões psicológicas.

A equipa conduziu uma revisão sistemática da literatura existente e meta-análises que envolveram mais de 1000 participantes e pelo menos cinco países, avaliando os tamanhos dos efeitos desses estudos em relação a condições de vida como PIB, igualdade de género e educação.

Os resultados revelaram três pontos principais. Em primeiro lugar, em países com condições de vida mais elevadas, as diferenças de sexo na personalidade, memória episódica verbal, habilidade verbal, comportamento agressivo, emoções negativas femininas, depressão e autoestima eram maiores. Por outro lado, diferenças na matemática, memória semântica, comportamento sexual, preferências de parceiros e agressão a parceiros eram menores.

Em segundo lugar, a maioria dos indicadores de condições de vida não se associou significativamente à magnitude das diferenças de sexo. No entanto, mais diferenças de sexo eram maiores em países com condições de vida mais elevadas, indicando que certas diferenças psicológicas de sexo persistem ou crescem apesar dos avanços sociais, relata o Psy Post.

Em terceiro lugar, indicadores económicos, como o PIB, mostraram mais sensibilidade na deteção de associações com diferenças de sexo em comparação com medidas de igualdade de género, sugerindo que os fatores económicos têm um maior impacto nestas diferenças do que as medidas criadas para incentivar a igualdade.

Os investigadores reconheceram limitações no seu estudo, incluindo metodologias variadas nos estudos incluídos nas meta-análises, o que poderia introduzir ruído nos dados. Além disso, as análises foram limitadas a indicadores de condições de vida disponíveis publicamente, oferecendo apenas medidas grosseiras.

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