“Porta giratória”. Socialistas não se entendem sobre escolhas do PS para as europeias

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Tiago Petinga / Lusa

Marta Temido

Vários politólogos e figuras dentro do PS questionam a estratégia do partido de apostar sempre nos mesmos nomes e acreditam que esta “porta giratória” pode abalar a confiança dos eleitores no partido.

As escolhas do Partido Socialista (PS) para as próximas eleições europeias estão a dar que falar, com figuras do próprio PS a criticar uma aparente “porta giratória” entre os vários cargos políticos.

Marta Temido, Francisco Assis e Ana Catarina Mendes são os três primeiros nomes da lista, após terem tomado posse como deputados na Assembleia da República há cerca de um mês.

Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde e figura proeminente no PS, considera que a lista “não é adequada” e mostra-se preocupado com o impacto que esta porta giratória pode ter na confiança dos eleitores.

“Não podemos falar de compromisso de confiança com os eleitores quando, um mês depois de tomarem posse, são anunciados como candidatos a outra instituição,” afirma ao Público.

Paulo Trigo Pereira, ex-deputado pelo PS, também criticou esta prática, sugerindo que prejudica a integridade da democracia portuguesa. “As pessoas quando votam, especialmente num cabeça de lista, têm a expectativa de que vai cumprir o seu mandato,” aponta.

O caso de Marta Temido é ainda mais peculiar, dado que a ex-Ministra da Saúde tem sido apontada como uma potencial candidata à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 2025, apesar de ter sido cabeça de lista por Coimbra nas legislativas de 2022.

Bruno Ferreira Costa, politólogo da Universidade da Beira Interior, destacou que a aposta sempre nos mesmos nomes “corrói o nível de confiança” dos eleitores na relevância e dignidade dos mandatos para os quais foram inicialmente eleitos.

A despeito das críticas, o PS parece determinado a manter esta linha de ação. Com a saída de Marta Temido, por exemplo, espera-se que Davide Amado, que recentemente enfrentou acusações de corrupção sem ir a julgamento, a substitua na Assembleia da República.

Enquanto isso, a campanha para as eleições europeias promete ser intensa, com a política nacional a continuar a dominar a agenda até junho.

Adriana Peixoto, ZAP //

3 Comments

  1. Adalberto Campos Fernandes não é o PS.
    O PS não é Adalberto Campos Fernandes.
    Neste contexto, o comentador Bruno Costa é tão somente… comentador.
    A multiplicidade de opiniões e o direito à sua defesa, é característica endémica dos partidos democráticos.
    O PS é um partido eclético e progressista, com quadros de alta competência e valor, político, cívico e humano.

  2. A porta tem mesmo que ser giratória, senão esta gentalha politiqueira incompetente ficava desempregada. Nunca trabalharam! Só tiverem empregos (Cargos) !
    Iriam arrumar carros? Iriam para a hotelaria ? Para a construção civil ? Conduzir Ubber ?

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