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As tarântulas habitam nos quatro cantos do planeta (e os cientistas já sabem porquê)

Hoje em dia as tarântulas podem ser encontradas em todo o mundo, pois habitam em todos os continentes, exceto na Antártica. Agora, os cientistas explicam de que forma esta espécie de aranha se tornou tão difusa.

Para perceber de que forma as tarântulas se espalharam pelo mundo, os investigadores procuraram as origens do grupo desta espécie há mais de 100 milhões de anos, construindo uma árvore genealógica com base em pistas moleculares de bancos de dados existentes de transcritomas de aranhas.

Depois de criar a árvore, diz o Live Science, a equipa analisou uma linha do tempo de fósseis de aranhas, para perceber quando e onde as tarântulas surgiram e como se dispersaram.

Segundo o estudo, publicado na revista PeerJ, existem apenas dois fósseis de tarântulas conhecidos, sendo que ambos estão preservados em âmbar. Um deles está fixado no México, e acredita-se que tenha cerca de 16 milhões de anos, e o outro em Mianmar, tendo cerca de 100 milhões de anos.

Como os fósseis de tarântula são tão raros, os especialistas também recolheram dados de mygalomorphs – o grupo de aracnídeos que inclui tarântulas e outras grandes aranhas terrestres.

Depois de construir uma árvore genealógica para tarântulas a partir de dados do transcritoma, os cientistas ajustaram o tempo da árvore usando os dados de fósseis.

O método permitiu-lhes calcular as idades das linhagens de tarântulas e perceber em que momento é que os seus ancestrais se espalharam pelo mundo.

Assim, descobriram que as tarântulas surgiram pela primeira vez durante o período Cretáceo, num local onde hoje em dia se situam as Américas.

Contudo, esta zona do planeta fazia parte do supercontinente Gondwana, sendo que depois deste se ter separado, a Índia se afastou de Madagascar e colidiu com a Ásia, arrastando as aranhas para o continente asiático.

Os resultados do estudo sugerem que, embora a deriva continental tenha desempenhado um papel fundamental em ajudar as aranhas a colonizar novos continentes, as suas próprias adaptações evolutivas também foram importantes para a disseminação geográfica, escreve o ScienceAlert.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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