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TAP defende construção do aeroporto do Montijo (mas recusa-se a voar para lá)

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A companhia aérea TAP defende a construção do aeroporto do Montijo, mas diz que será para as companhias que voam ponto a ponto – low cost – e recusa-se a voar para lá.

No setor da aviação, há consenso sobre a necessidade de se construir o aeroporto do Montijo, para que se abra espaço no Aeroporto Humberto Delgado e as companhias passem a ter mais slots para poderem voar para a capital portuguesa. Porém, nenhuma das grandes companhias que operam em Portugal quer realmente voar para o Montijo.

De acordo com o semanário Expresso, para a TAP, o Montijo será para companhias que voam ponto a ponto: as low cost. Estas companhias vendem bilhetes de uma cidade para outra no espaço europeu e não fazem nem garantem a ligação a outras companhias.

Por outro lado, o modelo de negócio da TAP passa por trazer passageiros transcontinentais e fazê-los voar a partir de Lisboa para outros países, fazendo do Aeroporto Humberto Delgado um hub. A TAP está dependente de ligações a outros voos, por isso, diz, não pode transportar passageiros para a outra margem, uma vez que o risco de perda da conexão é grande.

“A TAP não pode operar no Montijo. Tem de continuar na Portela. A solução Montijo, pela forma como foi desenhada, não é para a TAP. Gostaria que o Montijo já estivesse pronto e que todas as companhias aéreas fossem para lá”, frisou o presidente da TAP, em entrevista ao Expresso, em 2018.

Porém, a TAP não é única companhia a torcer o nariz ao Montijo. As low cost, como a Ryanair e da Easyjet, também não querem abdicar das slots que têm em Lisboa e só irão voar para o Montijo quando não conseguirem crescer em Lisboa ou se as taxas forem bastante mais baixas do que em Lisboa.

As low cost são usadas para pequenas pausas de dois ou três dias e consideram que não é atrativo para quem vem por pouco tempo demorar a chegar ao centro da cidade.

A dimensão da pista do Montijo também não vai permitir que as companhias maiores e que fazem voos de longo curso, como a Lufthansa, a British Airways ou a Emirates, aterrem. O Montijo será para voos de curto e médio curso.

Assim, de acordo com o Expresso, quem irá voar para o Montijo serão as novas companhias, as que não tiveram espaço para crescer no Aeroporto Humberto Delgado ou aquelas que forem muito sensíveis ao preço.

O projeto do novo aeroporto no Montijo, na margem sul do Tejo, recebeu uma decisão favorável condicionada em sede de Declaração de Impacte Ambiental. Esta decisão mantém cerca de 160 medidas de minimização e compensação a que a ANA – Aeroportos de Portugal “terá de dar cumprimento”, as quais ascendem a cerca de 48 milhões de euros, adianta a nota.

No comunicado, a APA acrescenta que as medidas – relacionadas com a avifauna, ruído, mobilidade e alterações climáticas – “permitem minimizar e compensar os impactes ambientais negativos do projeto, as quais serão detalhadas na fase de projeto de execução”.

O projeto pretende promover a construção de um aeroporto civil na Base Aérea n.º 6 do Montijo (BA6), em complementaridade de funcionamento com o Aeroporto de Lisboa, visando a repartição do tráfego aéreo destinado à região de Lisboa e a acessibilidade rodoviária de ligação da A12 ao novo aeroporto.

Em 8 de janeiro de 2019, a ANA – Aeroportos de Portugal e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa (Aeroporto Humberto Delgado) e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto.

No Orçamento do Estado para 2020 está previsto que a construção do aeroporto do Montijo comece este ano, dando continuidade “a este importante” projeto e entrando “em definitivo na sua fase de implementação”.

ZAP //

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9 Comments

  1. A TAP com a sua “mania das grandezas”, ou seja, da expansão e crescimento, está ocupar o Aeroporto (faz daquilo Parque de Estacionamento dos seus avioes) obrigando a fazer mais um Aeroporto.
    A TAP só dá prejuizos ao longo de 45 Anos e a expanãso / crescimento levará a Prejuizos ainda maiores.
    O mercado da aeronautica está saturado, portanto não faz qualquer sentido a expansão.
    É a tal coisa , os desvarios de Administrores de Empresas detidas pelo Estado, não estão muito preocupados com Lucros, estão mais preocupados com a “Grandeza” de encher o olho ao Mundo.

  2. Se a população mundial fosse menor, não seria necessário aeroporto algum e o dinheiro gasto em tal poderia ser utilizado para reduzir as diferenças sociais e para muito mais coisas necessárias ao país.

      • basta o controlo de natalidade, 1 ou 2 filhos é suficiente……parece que ninguém quer promover isso, até parece ser ao contrário. mais população significa mais poluição, mais exploração de recursos naturais, mais ocupação de habitats naturais, etc, etc…..estranhamente nos países mais pobres é aonde se reproduzem mais e depois temos os refugiados aos quais a Europa não consegue absorver. muita mais gente vai gerar o caos no planeta. por exemplo a cidade do Cairo tem 20 milhões de habitantes e os cientistas estão a prever que eles vão acabar por esgotar a água do Nilo. para haver um equilíbrio seria melhor o controlo de natalidade.

        • E eu que não queria desviar-me do assunto da notícia e vou responder, com uma pergunta à sugestão do sr. eudigo: o senhor eudigo é jovem, ou mais próximo da idade da reforma? Em ambos os casos, não se esqueça que a segurança social é essencialmente financiada pela população activa. Sem jovens não há modo de a Segurança Social poder pagar reformas e pensões dos que já não têm possibilidade de trabalhar. Sem jovens não há qualquer possibilidade de haver esperança de dignidade de vida durante toda a existência. O controlo da natalidade foi uma política seguida, durante muito tempo, pelos governantes chineses e não conseguiram com isso, bem pelo contrário, uma diminuição da exploração dos recursos naturais. O Sr. eudigo é defensor da liberdade? Digo, liberdade e não libertinagem; Mal vai a sociedade quando impõe regras sobre aspectos que fazem parte da intimidade de qualquer pessoa (viva a liberdade de expressão, liberdade religiosa; mais uma vez, refiro liberdade e não libertinagem). Será que é defensor da castração daqueles que já têm um ou dois filhos? Será que é defensor da liberdade de matar o terceiro ou quarto filho? Muito cuidado com a intromissão do Estado sobre alguns assuntos do fórum individual. Para finalizar, o que é necessário é que cada um dos que hoje vivem saibam utilizar com melhor eficiência os recursos que a “mãe natureza” disponibiliza-nos e nunca enveredar pelo excesso de consumismo. Não sei se daqui a uns anos, a dita Europa civilizada ainda se vai dar conta de que quem a mantém sustentável serão os imigrantes que, sendo normalmente jovens irão conseguir restabelecer a pirâmide etária que sustente a vida digna de todos os homens, desde a mais tenra idade, até à velhice. Esgotar a água do Nilo! E vem com todo o ar no peito a tentar colocar em si a voz de que cientistas. Dediquei-me 35 anos à investigação científica, nomeadamente em medidas para aumentar a eficiência do uso da água de rega e agora vem o Sr. eu digo a afirmar que os cientistas prevêem que a água do Nilo vai acabar. O Sr. eudigo é sim um excelente “desanimador”; os cientístas constatam a realidade, depois procuram saber qual, ou quais as razões que levaram a essa realidade e, posteriormente procuram com o que temos sugerir técnicas (metodologias) para que não só que as atuais gerações, como as vindouras possam vir a usufruir a fonte que a mãe-natureza sempre nos colocou à nossa disposição e, como ela é magnífica, saibamos nós incrementar a eficiência do uso dos recursos que Ela nos dá e, a Mãe Natureza continuará a dar os seus frutos aos vindouros animais. DE PROFETAS DA DESGRAÇA, ESTÁ O MUNDO REPLETO e os cientístas não são profetas.

  3. O disparate começa logo porque o aeroporto a construir deve servir Portugal e não apenas Lisboa. As soluções apresentadas até agora são versões semelhantes à da Ota e destinam-se aos mesmos fins. Corrupção & Roubalheira PS.

  4. Pessoalmente acho que a solução Montijo, pretensiosamente apelidade de aeroporto, ainda será no futuro um porto marítimo. Com o degelo, metade ficará debaixo de água.

  5. “como a Lufthansa, a British Airways ou a Emirates, aterrem. O Montijo será para voos de curto e médio curso”

    Senhores da ZAP, Lufthansa (Alemanha) e British Airways (Reino Unido) vem a Lisboa com A320 / A321 (ou Boing com o mesmo tamanho), estes são os mesmos aviões que as low cost usam, alem de isso, o Alemanha e Reino Unido estão a 2 horas e meia +/- e são considerados voos de medio curso.
    O Montijo não esta assim tão longe de Lisboa a ponto de fazer estes voos passar a longo curso, nem a pista é demasiado pequena para estes aviões.

    A razão para estas companhias poderem ficar em Lisboa, talvez possa estar ligada, tal como a TAP, ao recurso a transito para outros longos cursos, muito comum fazerem ligação em Lisboa com os TAP para o Brazil e Africa, Por exemplo a Lufthansa usa a rede star aliançe para fazer codeshare com TAP para destinos onde não voa no Brazil, tais como Belo Horizonte, Natal e outros.

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