Grupo extremista islâmico garante ter situação controlada e pede aos cidadãos que sejam pacientes, já que “lentamente” o país “voltará ao normal”.
Os talibãs asseguraram hoje o controlo total do aeroporto internacional de Cabul e falaram de uma “lição” para o mundo, após o último avião norte-americano ter descolado, marcando o fim da guerra mais longa dos Estados Unidos. Os líderes do movimento extremista islâmico caminharam simbolicamente através da pista, assinalando a vitória, flanqueados por combatentes da unidade de elite dos rebeldes Badri.
“O mundo deve ter aprendido a sua lição e este é o momento de apreciar a vitória”, disse o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid. Aos combatentes, no local, Mujahid disse esperar “que sejam muito cautelosos ao lidarem com a nação”. “A nossa nação sofreu guerra e invasão e o povo não tem mais tolerância”, acrescentou.
The last American soldier to leave Afghanistan: Maj. Gen. Chris Donahue, commanding general of the @82ndABNDiv, @18airbornecorps boards an @usairforce C-17 on August 30th, 2021, ending the U.S. mission in Kabul. pic.twitter.com/j5fPx4iv6a
— Department of Defense 🇺🇸 (@DeptofDefense) August 30, 2021
Mais tarde, em declarações à Al-Jazeera árabe, no asfalto, Mujahid afirmou que “haverá segurança em Cabul e as pessoas não se devem preocupar”. Numa outra entrevista à televisão estatal afegã, o porta-voz talibã também abordou o reinício das operações no aeroporto, que continua a ser uma saída fundamental para aqueles que querem deixar o país.
“A nossa equipa técnica irá verificar as necessidades técnicas e logísticas do aeroporto”, explicou. “Se formos capazes de resolver tudo por nós próprios, então não precisaremos de qualquer ajuda. Se houver necessidade de ajuda técnica ou logística para reparar a destruição, então poderemos pedir ajuda ao Catar ou à Turquia”, indicou.
O general da Marinha Frank McKenzie, o chefe do Comando Central do Exército dos EUA, já tinha afirmado que as tropas “desmilitarizaram” o sistema para que nunca mais pudesse ser utilizado. Outros oficiais norte-americanos disseram que as tropas não explodiram equipamentos para garantir que deixavam o aeroporto operacional para futuros voos, assim que recomecem.
McKenzie adiantou que os EUA também desativaram 27 viaturas blindadas e 73 aviões, que não poderiam ser utilizados de novo.
Following the complete withdrawal of US troops from Afghanistan, video shows Taliban fighters entering a hangar at the Kabul airport and examining what was left behind by the US military https://t.co/Thf0PkaMRB pic.twitter.com/zPgHAkrFCy
— CNN International (@cnni) August 31, 2021
Esta terça-feira, o Uzbequistão já fez saber que ajudará aqueles que pretendem fugir do regime talibã através da sua fronteira terrestre, tendo como parceira a Alemanha. No entanto, esclareceu o governo, a ajuda só estará disponível por um período limitado de tempo. Ao longo das últimas semanas, à medida que a violência aumentava, muitos afegão correram para esta fronteira numa tentativa de sair do país, face ao caos gerado no aeroporto internacional de Cabul.
A colaboração entre a Alemanha e o Uzbequistão foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Alemão Heiko Maas , que confirmou que os indivíduos na lista de cidadãos a evacuar pelas autoridades alemãs — sejam eles de nacionalidade alemã, jornalistas ou outros em perigo de vida — deveriam ser retirados da região através desta via, escreve o The Guardian. Heiko Maas está atualmente em viagem pela Turquia, Uzbequistão, Tajiquistão e Paquistão, tendo em vista o encontro de soluções.
Isto acontece apesar de Hekmatullah Wasiq, outro oficial talibã, garantir que “o Afeganistão está finalmente livre”. “O lado militar e civil está connosco e no controlo. Esperamos agora anunciar o nosso Gabinete. Tudo é pacífico. Tudo é seguro“, insistiu. Wasiq instou também as pessoas a voltarem ao trabalho e reiterou a promessa dos talibãs de oferecer uma amnistia geral. “As pessoas têm de ser pacientes”, disse. “Lentamente voltará tudo ao normal. Vai levar tempo”, salientou.
O aeroporto foi cenário de cenas caóticas e mortíferas desde que os talibãs começaram a conquistar cidades no Afeganistão, até tomarem Cabul a 15 de agosto. Milhares de afegãos sitiaram o aeroporto, alguns caindo para a morte depois de se terem pendurado desesperadamente num avião de carga militar norte-americano. Na semana passada, um ataque suicida do Estado islâmico numa entrada do aeroporto matou pelo menos 169 afegãos e 13 operacionais dos EUA.
Hoje, depois de uma noite em que os talibãs dispararam triunfantemente para o ar, os guardas agora em serviço mantiveram afastados os curiosos e os que de alguma forma ainda esperavam apanhar um voo para fora.
“Após 20 anos derrotámos os americanos”, disse Mohammad Islam, um guarda talibã no aeroporto, oriundo da província de Logar, armado de uma espingarda Kalashnikov. “Eles partiram e agora o nosso país está livre”, afirmou. “É claro o que queremos. Queremos a sharia [lei islâmica], paz e estabilidade“, acrescentou.
Mohammad Naeem, porta-voz do gabinete político dos talibãs no Qatar, saudou igualmente o momento num vídeo ‘online’, publicado hoje. “Graças a Deus todos os ocupantes deixaram completamente o nosso país”, disse, felicitando os combatentes, apelidando-os de guerreiros santos. “Esta vitória foi-nos dada por Deus. (…) Foi devido a 20 anos de sacrifício”, destacou.
Zalmay Khalilzad, o representante especial dos EUA que supervisionou as conversações dos Estados Unidos com os talibãs, escreveu hoje na rede social Twitter que “os afegãos enfrentam um momento de decisão e oportunidade” após a retirada norte-americana. “O futuro do seu país está nas suas mãos. Eles escolherão o caminho em plena soberania”, escreveu. “Esta é também a oportunidade de pôr fim à sua guerra”, concluiu.
Nem todas as eventualidades foram tidas em conta, alerta Francisco
O Papa Francisco considerou numa entrevista à rádio espanhola COPE que “nem todas as eventualidades foram tidas em conta” relativamente à saída das tropas dos Estados Unidos e aliados do Afeganistão. Num excerto de uma entrevista que será divulgada na quarta-feira e quando questionado se a população foi deixada “por conta própria” no Afeganistão, Francisco disse que não quer fazer julgamentos, mas afirma que “não foram tidas em conta todas as eventualidades”.
O Papa Francisco já fez dois apelos após a oração dominical do Angelus sobre o Afeganistão e no último, em 29 de agosto, expressou a sua preocupação com a situação no país e pediu “para continuarem a ajudar os mais necessitados”. Francisco manifestou também o seu desejo de que “o diálogo e a solidariedade alcancem uma coexistência pacífica no país” e exortou os cristãos a “intensificar a oração e praticar o jejum”.
“Acompanho a situação no Afeganistão com grande preocupação e partilho o sofrimento daqueles que choram pelas pessoas que perderam as suas vidas nos atentados suicidas de quinta-feira passada e daqueles que procuram ajuda e proteção”, disse Francisco no final da Plaza de São Pedro a oração dominical do Angelus.
ZAP // LUSA
O ALERTA DE FRANCISCO I, primeiro e único : “intensificar a oração e praticar o jejum” , ora FRANCISCO , o povo afegão passa dificuldades de todo tipo, até a fome já se alastrou por todo território em vinte anos de guerra fraticida; a MAMMA AFRICA desnutrida e faminta; ditaduras, tiranias e corrupções governamentais , e Sua Santidade vem falar de oração e jejum ? Por acaso sua exortação enche “barriga” faminta? Ou é pura filosofia cristã com o manto da hipocrisia? Cuidai das finanças do Império Romano Cristão, pois. a meses saiu na media o escândalo envolvendo m dos seus ” PURPURADOS” . O montante do desvio foi alto – algo em torno de sessenta milhões de euros (compra de imóvel em Londres, etc. e tal ) É o que pensa joaoluizgondimaguiargondim -jlg21.com@@gmail.com
Mais uma vez os hipócritas Americanos,Europeus e a ONU falharam na estratégia.
Não sei porque é que nos países mais pobres é onde se multiplicam mais…..já não tem grandes condições, nem emprego, nem alimentos…..e mesmo assim multiplicam-se muito mais..
Podiam começar a enviar contraceptivos para lá. Com menos gente talvez houvessem mais oportunidades para todos.
O Papa podia enviar para lá os seus desci-pulos, até quanto não fosse para educar aqueles Talibas, coitados deste povo, em especial Crianças e Mulheres
Já reina a anarquia naquele país. Quem tem uma arma, por lá , é rei e pode fazer o que quer , matar quem quer, que ninguém faz nada contra ele.
Já reina a anarquia naquele país. Quem tem uma arma é rei, e pode fazer o que quer , matar quem quer , que não lhe acontece nada.