Um tribunal de Colónia ordenou esta sexta-feira a suspensão da vigilância ao partido nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD) por suspeitas de que esta medida vai contra a ordem constitucional do país.
A iniciativa, que começou a 25 de fevereiro, foi suspensa até que seja tomada uma decisão sobre um processo interposto pela AfD quando se começaram os rumores de que a Agência Federal para a Proteção da Constituição (BfV) estava prestes a iniciar a vigilância, noticiou esta sexta-feira o Público.
Segundo a AfD, a vigilância colocará o partido em desvantagem nas eleições de setembro, apesar de, como avançou a revista Der Spiegel, o Gabinete para a Proteção da Constituição ter decretado que a vigilância não incidiria sobre candidatos.
De acordo com o especialista em extrema-direita Kai Arzheimer, professor na Universidade de Mainz, apesar do momento ser sensível politicamente, a vigilância justifica-se. “Jornalistas e especialistas têm descoberto uma série de ligações entre a AfD e atores abertamente extremistas”, escreveu no seu blogue.
Contudo, as consequências da vigilância no debate eleitoral são discutíveis, já que uma grande maioria dos eleitores sabe que a AfD é um partido extremista, apontou o especialista, acrescentando que alguma perda eleitoral pode refletir uma maior consciência sobre a radicalização do partido.
