O homem detido pela GNR suspeito do atropelamento mortal do agente da PSP em Évora é um guarda prisional do Estabelecimento Prisional (EP) de Sintra, de 52 anos, revelou este domingo a Guarda à agência Lusa.
Contactada pela Lusa, fonte do Comando Nacional da GNR indicou que o suspeito foi detido, “às 03h50, na freguesia de Ranholas, no concelho de Sintra (Lisboa), junto ao estabelecimento prisional”.A detenção do homem, que “é guarda prisional naquele EP”, foi efetuada por militares do subdestacamento de Alcabideche da GNR, acrescentou.
O indivíduo – que o Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), numa publicação na sua página na rede social Facebook, considera ter atropelado “intencionalmente” o agente – encontrava-se, por volta das 11h30, ainda nas instalações da GNR em Alcabideche.
“Ainda está detido nas instalações policiais”, disse a fonte da GNR contactada pela Lusa.
A Polícia Judiciária, a quem o caso foi já entregue, “está a fazer algumas ações de peritagem” e, por isso, “ainda não há informações” sobre quando o suspeito irá ser presente a primeiro interrogatório judicial, afirmou a mesma fonte.
Um agente do Comando Distrital de Évora da PSP morreu na madrugada deste domingo no hospital local depois de ter sido atropelado por uma viatura alegadamente conduzida pelo guarda prisional, que fugiu e acabou por ser detido pela GNR.
O agente não estava de serviço, no sábado à noite, mas interveio numa situação de violência doméstica que presenciou, na rua, acabando por ser atropelado pelo alegado agressor. De acordo com o jornal Público, a vítima aproveitava a sua folga para ajudar no quiosque-cafetaria explorado pela mulher, no Rossio de São Brás.
Segundo o Comando Nacional da PSP, às 21:45, no Rossio de São Brás, na cidade alentejana, “ocorreu uma agressão a uma mulher, pelo seu companheiro”, no âmbito da qual o homem “arrastou a mulher pelo chão e obrigou-a a entrar numa viatura”.
O agente “interveio para fazer cessar o crime em curso”, mas, “ao tentar impedir a fuga do agressor, o Polícia foi atropelado pela viatura” do agressor.
Foi arrastado cerca de 40 metros. O agente foi levado, “em estado muito grave”, para o Hospital do Espírito Santo de Évora, mas acabou por falecer, às 00:54 deste domingo.
Quanto ao agressor, “conseguiu fugir“, mas acabou por ser intercetado e detido pela GNR. O mesmo jornal detalha que a PJ ainda não traço o perfil do agressor, revelando apenas que em a uma pena de prisão efectiva de um ano por condução sob efeito de álcool, que cumpria na modalidade de prisão por dias livres.
Ou seja, trabalhava à semana no Estabelecimento Prisional de Sintra e cumpria a pena no fim-de-semana no Estabelecimento Prisional de Évora.
Ministro e Presidente manifestam condolêndias
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, já lamentou hoje o “momento trágico” e manifestou, em nome do Governo, o seu “profundo pesar” pela morte do agente da PSP, “vítima de atropelamento após uma intervenção policial”.
“Em nome do Governo, manifesto profundo pesar pela morte” do agente, de 45 anos, “vítima de atropelamento após uma intervenção policial”, pode ler-se na nota enviada à agência Lusa pelo gabinete do ministro da Administração Interna (MAI).
Qualificando tratar-se de um “momento trágico”, Eduardo Cabrita endereçou “as mais sentidas condolências aos familiares, amigos e a todos os polícias da Polícia de Segurança Pública que diariamente cumprem de forma abnegada a sua missão”
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou também a morte do agente do Comando Distrital da PSP de Évora. “Foi com profunda consternação que o Presidente da República tomou conhecimento da morte do agente principal António José Pinto Doce, vítima de um brutal atropelamento em cumprimento da sua missão no Rossio de São Brás, em Évora”, refere uma nota da presidência, publicado no seu site.
“Mais um exemplo nacional de alguém que, mesmo não estando em serviço, deu a vida pelo próximo e a quem Portugal deve sentida homenagem”, refere Marcelo Rebelo de Sousa, que “já falou pessoalmente com a viúva do agente, dirigindo as mais sentidas condolências também aos seus filhos, familiares e amigos, assim como à Polícia de Segurança Pública, cujo diretor nacional recebe esta tarde em Belém e, em particular, ao Comando Distrital de Évora, onde diariamente António José cumpria a sua missão”.
ZAP // Lusa