Uma mulher, de 68 anos, residente em Mora, no distrito de Évora, onde um surto de covid-19 já infetou 46 pessoas, até esta terça-feira, foi identificada pela GNR por desrespeitar “a medida de confinamento obrigatório”.
O Comando Territorial de Évora da GNR, em comunicado enviado à agência Lusa, explicou que a mulher, de 68 anos, foi identificada por militares do Posto Territorial de Mora, na terça-feira.
Segundo a guarda, a mulher não respeitou “a medida de confinamento obrigatório que lhe foi decretada pela Autoridade de Saúde Pública”, devido ao surto da doença provocada pelo novo coronavírus.
A mulher “optou por se ausentar do seu domicílio, tendo sido identificada, encaminhada para a sua residência e os factos comunicados ao Tribunal Judicial de Évora”.
No comunicado, a guarda referiu que, “face ao aumento de novos casos de cidadãos que testaram positivo à covid-19” em Mora, “nos últimos dias”, os militares da GNR “realizaram uma ação de vigilância das pessoas que se encontram confinadas por ordem da Autoridade de Saúde”.
Esta terça-feira, o número de pessoas infetadas na vila alentejana subiu para 46, mais quatro do que na segunda-feira, disse à agência Lusa o presidente do município, Luís Simão.
Segundo o autarca, que citou dados das autoridades locais de saúde pública, cinco das pessoas infetadas, todos homens, estão internadas no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), três delas em cuidados intensivos.
A Câmara ativou o Plano Municipal de Emergência e fechou, no início da semana passada, os serviços de atendimento ao público e outros equipamentos, como a Oficina da Criança, a Casa da Cultura, o Centro de Atividades de Tempos Livres e instalações desportivas. Com a população confinada em casa, por precaução, fecharam também cafés, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais.
Na segunda-feira, Luís Simão alegou que o surto pode ser um “caso de polícia”, afirmando que “tudo isto começou em contactos sociais e que o surto está instalado em mais de 20 famílias”.
O jornal local Notícias do Sorraia adiantou que o vírus terá chegado à vila através de um casal que tinha estado em Espanha. A mulher terá sentido sintomas da doença mas, mesmo assim, “terá tido diversos momentos de convívio com residentes da freguesia”. Se se confirmar, pode estar em causa um crime de propagação de doença, que pode ser punido com pena de prisão de um a cinco anos.
Na segunda-feira, na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, declarou que o surto de Mora, que tem “mais de 300 pessoas potencialmente envolvidas”, pode ter um segundo foco em Ciborro.
Esta freguesia do concelho de Montemor-o-Novo já regista 24 infetados e, por precaução, fechou cafés, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais. A população também está confinada em casa.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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