A norte-americana Amanda Knox e o ex-namorado italiano Raffaele Sollecito foram hoje absolvidos pelo Supremo Tribunal de Itália do crime de homicídio da estudante britânica Meredith Kercher em 2007, anunciaram os juízes.
Os juízes da mais alta instância judicial italiana consideraram que os ex-namorados não cometeram o crime.
Em janeiro de 2014, o Tribunal de Recurso de Florença condenou Amanda Knox a 28 anos e seis meses de prisão e Raffaele Sollecito a 25 anos de prisão.
A britânica Meredith Kercher foi esfaqueada até à morte no apartamento que dividia com Knox (hoje com 26 anos) em Perugia, na Itália, há quase sete anos.
Em 2009, a Justiça italiana tinha condenado Amanda Knox, mas a decisão foi revista em 2011, depois de alguns procedimentos do caso e a recolha de provas de DNA terem sido postos em causa.
Na ocasião, os dois réus já tinham passado quatro anos na prisão.
A Procuradoria pediu então um novo julgamento, argumentando que provas de DNA importantes não tinham sido consideradas.
Em janeiro de 2014, depois de quase 12 horas de deliberação, a Justiça tinha confirmado o veredicto de 2009.
O caso
Meredith Kercher, nascida no sul de Londres, tinha 21 anos à época do crime. Foi encontrada com a garganta cortada, no apartamento que compartilhava com Knox.
O principal argumento da acusação era de que Kercher teria morrido após uma espécie de jogo sexual que também envolvia Knox e Sollecito – e que a dada altura terá dado errado. Também foi alegado que a morte teria sido o resultado de uma discussão entre as duas raparigas quanto à limpeza do apartamento onde moravam.
Um terceiro elemento, o marfinense Rudy Guede, também foi condenado pela morte da britânica num julgamento anterior. Guede cumpre uma pena de 16 anos de prisão.
Knox argumenta que Guede (que era traficante de droga) agiu sozinho no homicídio.
Amanda e Sollecito ainda podem recorrer ao Supremo Tribunal italiano, mas analistas dizem que isso poderia levar anos.
ZAP / Lusa / BBC