A Justiça italiana voltou a condenar, esta quinta-feira, a arguida americana Amanda Knox e o italiano Raffaele Sollecito pelo assassinato da estudante britânica Meredith Kercher, em 2007.
Knox – que está nos EUA – e o ex-namorado italiano declararam-se inocentes do crime.
A jovem foi sentenciada a 28 anos e seis meses de prisão; Sollecito foi condenado a 25 anos.
A britânica Kercher foi esfaqueada até à morte no apartamento que dividia com Knox (hoje com 26 anos) em Perugia, na Itália, há quase sete anos.
Em 2009, a Justiça italiana tinha condenado Amanda Knox, mas a decisão foi revista em 2011, depois de alguns procedimentos do caso e a recolha de provas de DNA terem sido postos em causa. Na ocasião, os dois réus já tinham passado quatro anos na prisão.
A Procuradoria pediu então um novo julgamento, argumentando que provas de DNA importantes não tinham sido consideradas. Esta quinta-feira, depois de quase 12 horas de deliberação, a Justiça confirmou o veredicto de 2009.
Possível extradição
A sentença foi lida pelo juiz Alessando Nencini, que determinou que o passaporte de Sollecito, de 29 anos, seja revogado. No entanto, o juiz considerou “justificável” o facto de Knox estar fora da Itália.
Segundo a BBC, acredita-se que a Itália deverá enviar aos EUA um pedido de extradição de Knox.
Em comunicado emitido após a decisão judicial, a americana disse estar “assustada e triste” pelo “veredito injusto”, que, segundo ela, se seguiu a uma “investigação preconceituosa e de mente fechada”.
Sollecito, por sua vez, tinha dito ao tribunal em novembro que “não fazia sentido” que ele tivesse cometido “um ato tão atroz” contra Kercher.
O caso
Meredith Kercher, nascida no sul de Londres, tinha 21 anos à época do crime. Foi encontrada com a garganta cortada, no apartamento que compartilhava com Knox.
O principal argumento da acusação era de que Kercher teria morrido após uma espécie de jogo sexual que também envolvia Knox e Sollecito – e que a dada altura terá dado errado. Também foi alegado que a morte teria sido o resultado de uma discussão entre as duas raparigas quanto à limpeza do apartamento onde moravam.
Um terceiro elemento, o marfinense Rudy Guede, também foi condenado pela morte da britânica num julgamento anterior. Guede cumpre uma pena de 16 anos de prisão.
Knox argumenta que Guede (que era traficante de droga) agiu sozinho no homicídio.
Amanda e Sollecito ainda podem recorrer ao Supremo Tribunal italiano, mas analistas dizem que isso poderia levar anos.
ZAP / BBC