Supremacista branco entrega-se à polícia depois de ter incitado à violência em Charlottesville

(cv) CBS

Christopher Cantwell, que foi protagonista numa reportagem sobre a marcha que culminou na morte de uma mulher de 32 anos, enfrenta agora acusações de uso ilegal de gás pimenta e de “lesões corporais maliciosas”.

A propósito da marcha “Unite the Right”, que aconteceu a 12 de agosto, a Vice fez uma reportagem onde mostrava o antes e durante da manifestação organizada por neonazis e grupos de extrema-direita. Christopher Cantwell, um supremacista branco, foi o protagonista da reportagem.

À Vice confessou ser adepto de violência e manter-se sempre “o mais bem preparado possível” caso a ela tivesse de recorrer. Agora, Cantwell vê-se a braços com a justiça, depois de ter sido acusado de usar de forma ilegal gás pimenta e de cometer “lesões corporais maliciosas”.

Cantwell estava escondido desde 11 de agosto, após um tribunal ter emitido um mandado de captura contra si. O homem, natural do estado de New Hampshire, já assumiu publicamente que usou gás lacrimogéneo contra uma das pessoas que estavam a participar na contra manifestação, mas garante que o fez apenas em autodefesa.

Gritando slogans racistas e antissemitas, Cantwell e dezenas de outros neonazis, muitos deles armados, estiveram por trás de uma marcha na Universidade da Virgínia, convocada para impedir a remoção da estátua de Robert E. Lee, o general que liderou as forças pró-escravatura da Confederação durante a Guerra Civil Americana.

A marcha descambou em violência quando os elementos da extrema-direita entraram em confronto com grupos antirracistas que convocaram um contra protesto para o mesmo local, com um neonazi a atropelar dezenas de pessoas que estavam a participar nessa manifestação, provocando 19 feridos e um morto.

Na entrevista, Cantwell apresentou as suas visões antissemitas e xenófobas e defendeu a criação de um “etno Estado” americano, argumentando que é necessário recorrer à violência para travar o multiculturalismo.

Depois da marcha, publicou um vídeo no YouTube a 16 de agosto em que aparecia a chorar e a pedir ajuda para não ser capturado pela polícia. “Quero ser pacífico, quero respeitar as leis”, declara nessa gravação.

Esta quarta-feira, a polícia da Universidade da Virgínia confirmou que Cantwell se entregou e que está sob custódia à espera de julgamento. Antes disso, quando foi contactado pela Associated Press, Cantwell tinha admitido que usou gás pimenta contra um manifestante antirracista “porque a única outra opção era partir-lhe os dentes“.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.