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Subir na vida é mais difícil em Portugal do que no resto da União Europeia

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O estudo “Mobilidade Social em Portugal” alerta que quanto maior for a escolaridade do pai, maior será o rendimento familiar do filho. A tendência tem, no entanto, vindo a diminuir nos últimos anos.

Segundo o Público, que cita um estudo, divulgado na quarta-feira à noite, sobre mobilidade social, divulgado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, em Portugal é mais difícil subir na vida do que nos restantes países da União Europeia.

O estudo conclui que as principais determinantes da posição social são o apelido familiar, a escolaridade e a profissão dos pais.

Na União Europeia, a percentagem de variação no rendimento dos filhos relativamente à escolaridade dos pais fica nos 1,9%, em Portugal esse valor chega aos 5,4%. Do mesmo modo, a percentagem de variação no rendimento dos filhos que é explicada pela profissão dos pais é de 9,4%, bem acima dos 2,1% da UE.

O fator berço tem, no entanto, vindo a perder algum peso recentemente, sobretudo a partir de 1970, “por causa da generalização do acesso à escola”, adiantou a investigadora Teresa Bago d’Uva, investigadora na Universidade de Erasmus em Roterdão, na Holanda, e coordenadora do estudo.

A investigadora confirma que “o estatuto sócio-económico do pai, medido através da sua escolaridade e profissão”, pesa na posição social dos filhos, nomeadamente na geração mais recente analisada, a dos nascidos entre 1970 e 1985. “Entre estes, 57% atingem um nível de escolaridade semelhante ao do seu pai e 51% uma categoria profissional equivalente”, precisa.

Se a situação dos filhos cujos pais que detinham um canudo universitário não se alterou substancialmente ao longo do tempo – isto é, mantiveram uma posição privilegiada -, a dos filhos com pais que não passaram do ensino básico melhorou substancialmente.

Entre os nascidos na década de 40, 87% dos filhos também não passavam do básico. Já entre os que nasceram entre 1970 e 1985, esta percentagem baixou para os 57%. Apesar desta maior convergência, Portugal continuou aquém da média europeia: 45%.

É uma distância alcandorada sobretudo nos homens. Apenas 33% dos rapazes obtiveram qualificações académicas superiores às dos seus pais (43% na UE). Por outro lado, entre as mulheres portuguesas nascidas na mesma altura, 48% atingiram um nível escolar superior ao dos seus progenitores masculinos.

ZAP //

6 Comments

  1. Claro… depois de deixar de receber os subsídios vem a chulice a quem trabalha… Quem conseguir juntar algum é depois chulado nesta ou naquela taxa e taxinha que o PS é perito em criar.

  2. Não é o caso de funcionários públicos vadios e incompetentes- basta um decreto e são logo quadros superiores mesmo que não valham nada profissionalmente.

  3. São curiosos estes estudos. Se no privado um licenciado recebe um ordenado minimo no publico entra logo como quadro intermedio com vencimento de 1100euros e regalias. Com sorte sem concurso publico ou mesmo que seja assim o factor apelido confirma o estudo apresentado.
    Os licenciados servem de bandeira para tudo pois já se liberalizou o acesso aos estudos mas será isto verdade? é que os custos são elevados e profissionalmente não é fácil rentabilizar esse investimento. Pelo menos no privado.

  4. Por acaso andei no site hemiciclo que mostra o pessoal no parlamento e há uns poucos que nem estudos têm (quanto muito andam a fazer “frequência do curso x”), ora num país com doutorados desempregados dá para ver que isto é tudo nepotismo, aquela gente deve ter entrado por cunhas digo eu, doutra maneira haver doutores (e não digo doutores de cursos de treta) e estarem no desemprego ou a ganhar mal e não terem acesso a esses lugares é no mínimo estranho… Como o outro dizia, é tudo amigos de Lisboa! E o investimento na cultura está forte, já na inovação…depois querem um país a viver de turismo e futebol. Não dá! É as exportações a caírem e a dívida a aumentar. Gosto do PS, mas dar circo e pão ao povo para mais votantes é mau para o país no longo prazo. Fica a dica.

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