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Sporting vs Benfica | Leão está de volta ao Jamor

António Cotrim / LUSA

O Sporting carimbou a passagem à final da Taça de Portugal com um triunfo por 1-0 na recepção ao Benfica, anulando a desvantagem de um golo do encontro da primeira mão.

Um remate certeiro de Bruno Fernandes – o verdadeiro “carrasco” dos benfiquistas, com dois golos apontados na eliminatória – valeu ao Sporting a vitória num encontro muito emotivo embora nem sempre bem disputado, como comprova o facto de se ter registado apenas três remates à baliza em 28 tentativas.

O Jogo explicado em Números

  • Sinal mais para a equipa do Sporting, que nos primeiros 15 minutos rematou quatro vezes, embora nenhuma à baliza, e teve uns vistosos 90% de passes certos, embora até tenha tido menos bola do que o rival (42% de posse). Destaque ainda para a lesão prematura de Gabriel Pires, que no pouco tempo em que esteve em campo venceu dois duelos em três disputados e ainda contabilizou três acções defensivas.
  • Início de partida para esquecer por parte de Pizzi. Aos 25 minutos, o médio português somava já 12 duelos disputados (mais sete do que qualquer companheiro), mas só vencera quatro. Para além disso, já cometera duas faltas e perdera a bola em sete ocasiões.
  • Volvidos 30 minutos desde o início da partida, o Sporting continuava a dominar em número de remates (5-1), sendo ainda a única equipa com um disparo enquadrado.
  • De ressalvar ainda que três dos remates dos “leões” haviam tido origem em passes de Bruno Fernandes, o jogador que comandava as operações na equipa da casa.
  • Boa primeira parte de Grimaldo, que, aos 40 minutos, somava 45 acções com bola (mais 18 do que qualquer outro jogador do Benfica), seis duelos ganhos em nove disputados, 25 passes, 13 dos quais no meio-campo adversário, seis recuperações de bola e cinco acções defensivas.
  • Primeira parte muito disputada embora com poucas ocasiões de perigo, com o Benfica a pressionar na recta final, depois de um período de domínio claro do Sporting durante a primeira meia-hora.
  • Os “leões” foram superiores estatisticamente em diversos factores, com a maior diferença a registar-se na eficácia de passe vertical (64%-48%).
  • No regresso aos balneários, o jogador em destaque era Cristián Borja. De regresso ao eixo da defesa, o colombiano contabilizava um drible eficaz, cinco recuperações de posse e nove acções defensivas, uma delas um corte decisivo, o que se traduzia num GoalPoint Rating de 6.6.
  • Emoções fortes no início da segunda parte, com Seferovic a desperdiçar uma ocasião flagrante e Bruno Fernandes a rematar à barra num pontapé livre. Ainda assim, o domínio foi claro do Sporting nos 15 minutos iniciais: os “leões” fizeram mais disparos (4-1), controlaram a posse (75%-25%) e foram mais eficazes no passe (80%-64%). O Benfica tardava a encontrar soluções para repelir as ofensivas sportinguistas.
  • Aos 70 minutos da partida, Pizzi era o único jogador do Benfica com ocasiões de remate criadas, nada menos do que quatro, o máximo da noite até então. Isto espelhava bem a falta de inspiração da maior parte das unidades ofensivas “encarnadas”, até porque o camisola 21 benfiquista tinha apenas 18 passes no meio-campo adversário (Bruno Fernandes, em comparação, somava 30), 10 deles eficazes.
  • Aos 75 minutos, Bruno Fernandes tirou mais um “coelho da cartola”. O médio português recebeu a bola na direita, deixou Grimaldo para trás e desferiu um “míssil” com o pé esquerdo que só parou no fundo da baliza, fazendo o golo ao seu quarto remate da partida, o primeiro enquadrado.
  • Notável trabalho de Wendel no decorrer da partida. Aos 85 minutos do desafio, o brasileiro liderava a sua equipa em ocasiões de remate criadas, quatro, e só falhara um passe em 23 no meio-campo do Benfica.
  • Depois do golo sofrido, o Benfica aumentou a pressão em busca do golo do empate, mas sem resultados práticos. Nos últimos 15 minutos do desafio, as “águias” fizeram três disparos, nenhum deles enquadrado, terminando a partida com apenas um remate à baliza, ainda no decorrer do primeiro tempo, por Fejsa.

O Homem do Jogo

Mais um encontro, mais uma exibição notável de Bruno Fernandes. Sem surpresas, coube ao médio português resolver uma partida que parecia destinada a terminar empatada, apontando o seu sexto golo nesta edição da Taça de Portugal, o 26.º em competições oficiais no decorrer da presente temporada.

Para além do golo apontado, no único remate à baliza que fez (já antes ameaçara com um disparo à barra), Bruno Fernandes somou ainda dois dribles eficazes, três passes para finalização, sete acções defensivas e cinco faltas sofridas, duas delas em zona de perigo.

Nem tudo lhe correu bem (falhou 17 passes, sete deles curtos, sofreu seis desarmes, perdeu a posse 36 vezes e controlou mal a bola em quatro ocasiões), mas, ainda assim, foi de longe o melhor da partida, com nota 8.2 nos GoalPoint Ratings.

Jogadores em foco

  • Jardel 6.7 – De regresso após lesão, o central brasileiro voltou a brilhar. Dos sete duelos aéreos defensivos que disputou, venceu sete, e contabilizou 17 acções defensivas, entre as quais oito intercepções e seis alívios.
  • Wendel 6.2 – Criou quatro ocasiões de remate, o máxima da sua equipa e errou apenas dois passes em 32 tentativas. Tentou por quatro vezes o drible, sendo feliz em duas situações, e contabilizou cinco acções defensivas.
  • Acuña 5.2 – Contabilizou três passes para finalização e cinco dribles eficazes em 12 tentativas. Perdeu a bola em 31 ocasiões, cometeu cinco faltas e nenhum dos seus quatro cruzamentos teve o melhor destino.
  • Seferovic 4.6 – Rematou três vezes, duas delas desenquadradas, desperdiçando uma ocasião flagrante e outra que só não a classificamos como tal por motivos estatísticos, ainda na primeira parte. Foi o autor do único cruzamento eficaz da partida e disputou cinco duelos aéreos ofensivos, vencendo três.
  • Jonas 4.1 – O avançado brasileiro teve a nota mais baixa da noite. Fez dois remates, ambos muito desenquadrados, não criou nenhuma situação de perigo, perdeu quatro vezes a posse e cometeu duas faltas.

Resumo

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