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Sporting 1-1 FC Porto | Nuno Santos bem tentou, mas há Díaz assim…

Pouco o fazia prever, ao intervalo, mas o desfecho mais habitual nos duelos entre “leões” e “dragões” em Alvalade acabou mesmo por se verificar (sete empates nas últimas 11 épocas).

No fim das contas, Rúben Amorim continua sem perder em casa na Liga enquanto treinador (24 vitórias e cinco empates), o Porto vai na quinta época consecutiva a levar pontos de Alvalade… e o Benfica esfrega as mãos de contente com os quatro pontos de avanço para ambos os rivais.

Os primeiros 15 minutos tiveram quatro amarelos e nenhum remate (tudo o que não se quer ver num jogo desta dimensão), mas depois disso só deu Sporting.

E quase só dava Nuno Santos também, não fossem as duas defesas estrondosas de Diogo Costa a negar o “hat-trick” ao extremo que cumpriu na perfeição a dura missão de substituir o melhor marcador do último campeonato, Pedro Gonçalves.

Rodrigo Antunes / Lusa

As estatísticas ao intervalo demonstravam fielmente o que foi a primeira parte, com o campeão nacional a dominar na maioria dos parâmetros – ainda que os “dragões” registassem maior eficácia de passe, mais posse de bola e mais acções defensivas no meio-campo contrário, fruto da entrada pressionante no encontro.

Tudo parecia semelhante até aos 60 minutos, com o Sporting no controlo total das operações, mas a partir desse momento o Porto acordou, mudou a atitude em campo e começou a aproximar-se da área leonina.

De tal modo que o FC Porto chegaria ao empate numa verdadeira obra de arte do colombiano Luis Díaz e no que foi também o seu único remate enquadrado em toda a partida.

Rodrigo Antunes / Lusa

O equilíbrio reinante na segunda parte verifica-se em praticamente todos os itens, com os “dragões” a superiorizarem-se no segundo tempo nos cantos (quatro contra dois) e nas acções na área adversária (oito contra sete).

Melhor em Campo

O melhor elogio que se lhe pode fazer será o de que, pelo menos durante 90 (frenéticos) minutos, pouca gente se lembrou que “Pote” não estava em campo.

Nuno Santos assumiu o lugar sem tremideiras e esteve à altura do desafio, terminando o primeiro “clássico” da temporada com um brilhante GoalPoint Rating de 7.5.

O elemento mais rematador do encontro (quatro disparos, todos enquadrados), registou ainda dois passes para finalização, além de ser o alvo de dez passes aproximativos. A concorrência que se cuide.

Destaques do Sporting

João Palhinha 6.6 – Num jogo com 12 amarelos, Palhinha passou incólume… e foi quem mais faltas sofreu: sete, para apenas uma cometida! Para o facto de ser o segundo melhor “leão” em campo contribuíram também em grande escala os seis desarmes (outro máximo no encontro) e a eficácia de passe perto da perfeição (92 por cento), numa exibição irrepreensível.

Matheus Nunes 6.5 – Destacou-se acima de tudo pelas variações de flanco (três, uma das quais na origem do golo leonino) e pelas intercepções (quatro), sendo o líder em ambos os itens. Fez ainda um passe de ruptura e registou dois dribles em quatro tentativas.

Sebastián Coates 6.0 – O capitão e patrão da defesa sportinguista ganhou o único duelo aéreo defensivo que disputou e somou ainda três intercepções e dois alívios, demonstrando a habitual fiabilidade no centro da defesa.

Pedro Porro 5.7 – Igual a si próprio: muito influente no processo ofensivo, com duas ocasiões flagrantes criadas (entre elas a assistência para o golo) e cinco cruzamentos (três bem-sucedidos), mas permeável na hora de defender – driblado em quatro ocasiões, uma delas já dentro da área no lance que daria o extraordinário golo de Luis Díaz.

Paulinho 5.7 – O mal-amado dos adeptos ficou mais uma vez em branco, tendo registado um remate enquadrado, mas somou três passes valiosos… e dois bloqueios de remate, vencendo ainda dois dos quatro duelos aéreos ofensivos que protagonizou.

Jovane Cabral 5.6 – Muito mexido, criou uma ocasião flagrante e rematou uma vez, mas sem direcção. Substituído aos 58 minutos, foi ainda assim um dos jogadores mais faltosos da partida (três entradas à margem da lei).

Neto 5.6 – Incrível eficácia de passe (95 por cento, com 37 passes certos em 39 efectuados) para o central luso, que se cotou como o homem dos alívios: seis (registo máximo no jogo). Dos dois duelos aéreos defensivos que disputou, ganhou um.

Rúben Vinagre 5.5 – Amarelado logo na primeira acção faltosa, manteve ainda assim a propensão ofensiva que se lhe reconhece: cinco cruzamentos e cinco tentativas de drible (três bem-sucedidos em cada), conseguindo ainda duas acções defensivas no meio-campo adversário e dois desarmes nos 66 minutos que esteve em campo.

Feddal 5.3 – O menos assertivo dos centrais “verde-e-brancos”. Destacou-se negativamente ao falhar seis passes em zona de risco e perder três bolas na fase de construção, não espantando a sua saída ao minuto 66.

Sarabia 4.9 – O 14º espanhol da história do Sporting chegou com pompa e circunstância e estreou-se logo num “clássico”, deixando já alguns pormenores (ainda que sem efeito prático). Dois passes valiosos, dois cruzamentos, duas acções com bola na área contrária, uma recuperação de posse, uma acção defensiva no meio-campo contrário e um desarme: foi este o pecúlio em meia-hora em campo.

Adán 4.7 – O guardião leonino teve uma partida bem mais descansada do que esperaria, nada podendo fazer no golaço que sofreu – único remate enquadrado do Porto. Destacou-se acima de tudo no capítulo do passe: um valioso e oito longos bem-sucedidos em 12 tentativas.

Destaques do Porto

Luis Díaz 7.3 – Cansado após viagem longa desde a América do Sul e de jogos das selecções? Isso é para meninos. Luis Díaz exibiu-se a grande altura, aproveitando na segunda parte o desgaste de Pedro Porro. Foi o espanhol que o colombiano fintou antes de rematar para o 1-1, um golo espectacular. O melhor portista em campo recuperou a posse sete vezes e completou seis de sete tentativas de drible.

Diogo Costa 7.0 – O jovem guardião portista não vacilou e foi um dos responsáveis por o Sporting só ter marcado uma vez. Foram quatro defesas, duas a remates na sua grande área, mas também nove passes longos certos em 18 e sete passes aproximativos.

Sérgio Oliveira 6.2 – Entrou aos 39 minutos para o lugar do amarelado Bruno Costa e deu critério à equipa “azul-e-branca”. Ao todo fez dois passes para finalização, três desarmes, três intercepções e outras tantas acções defensivas no meio-campo contrário.

Otávio 6.0 – Jogo de luta do internacional luso. Otávio criou uma ocasião flagrante, fez quatro passes ofensivos valiosos, ganhou os três duelos aéreos ofensivos em que participou e somou sete recuperações de posse. Foi o segundo jogador com mais faltas sofridas (5).

Pepe 5.7 – Um “monstro” em campo. Extraordinários os cortes que realizou na segunda parte, em especial aquela a anular uma possível assistência de Sarabia. No passe esteve impecável, acertando 41 de 45, fez cinco alívios, bloqueou dois cruzamentos e somou o máximo de acções com bola (63).

Wilson Manafá 5.4 – A sua entrada para o lugar do desamparado e condicionado Marcano deu outra segurança ao flanco esquerdo defensivo do Porto e velocidade aos momentos ofensivos. Destaque para quatro recuperações e três conduções aproximativas.

Matheus Uribe 5.3 – A luta com Palhinha foi-lhe difícil e por vezes pareceu perdido em campo. Tem a desculpa do desgaste dos jogos da selecção. Ainda assim somou três desarmes e cinco recuperações de posse.

Jesús Corona 5.3 – Sérgio Conceição falou no final da partida sobre o efeito que o mercado de transferências teve nos jogadores, numa referência ao mexicano. Corona esforçou-se, mas a desinspiração foi total. Terminou com uma ocasião flagrante desperdiçada e a nota acaba por ser positiva (por pouco) graças à assistência que fez para o golo de Luis Díaz.

Chancel Mbemba 5.3 – Jogo discreto do congolês. Apenas cinco recuperações de posse a realçar.

Bruno Costa 4.8 – O médio viu amarelo logo aos dois minutos e daí se percebeu imediatamente que não iria disputar o jogo todo. Aos 39 minutos saiu para dar lugar a Sérgio Oliveira, com 14 de 16 passes completos (88%).

Iván Marcano 4.3 – Erro de “casting” de Conceição, pois Marcano sentiu grandes dificuldades para travar Pedro Porro e Nuno Santos. Aos quatro minutos já tinha visto amarelo e saiu aos 39 – entrou Manafá -, com três duelos aéreos defensivos disputados, nenhum ganho.

Resumo

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