Conduza sem sono: o impacto do cansaço crónico (e da apneia) na condução

Excesso de velocidade de travagens bruscas: interrupções constantes do sono relacionadas com uma condução mais perigosa.

É caso para dizer: se conduzir, não beba… e durma.

A época festiva de final de ano já está próxima e há “convite” para beber mais um pouco. Não convém exagerar, sobretudo se vai conduzir a seguir.

O frio a sério já chegou a Portugal e, neste caso, há “convite” para uma manta e um sofá, ou cama, para dormir mais do que no resto do ano.

E aproveite mesmo para dormir em casa. Não no carro – porque aí é grande o risco de acontecer algo grave.

A própria Associação Portuguesa do Sono reforçou o aviso: o cansaço crónico tem impacto na condução.

A entidade cita um estudo que avisa que interrupções do sono aumentam a probabilidade de uma condução perigosa – essencialmente com excesso de velocidade e travagens bruscas.

Esta análise centrou-se num problema que afecta milhares ou até alguns milhões de portugueses: apneia obstrutiva do sono.

As pessoas com apneia acordam cansadas. Mesmo que durmam muitas horas, as interrupções respiratórias interferem com o sono – e podem haver dezenas ou mesmo centenas de interrupções durante a noite (mesmo que não despertem a pessoa).

Depois entra outro factor: a idade. Quem tem mais de 65 anos conduz de forma mais prudente. Mas o avançar da idade traz problemas na visão, nos reflexos e… no sono: os mais velhos são mais propensos a desenvolver apneia do sono – e mais susceptíveis a ferimentos graves num acidente.

O estudo focou-se na relação entre a apneia do sono e os comportamentos de condução arriscados.

Foram analisados os hábitos de sono e de condução de 96 adultos; os cientistas instalaram um chip nos carros e monitorizaram a sua condução durante um ano: procuraram por travagens bruscas, acelerações súbitas e excesso de velocidade.

Nas pessoas com apneia, quem tivesse 8 interrupções da respiração adicionais em cada hora via o risco de condução perigosa subir 27%.

Os investigadores descobriram que a frequência de atitudes perigosas na condução aumentava, em paralelo, com a quantidade de vezes que o sono era interrompido durante a noite.

ZAP //

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