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“Poupei tanto dinheiro que devia ser crime”. O sonho americano numa Lisboa que não é para portugueses

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Há cada vez mais californianos a mudarem-se para Lisboa pela qualidade e custos de vida. “Já poupei tanto dinheiro a viver cá que devia ser um crime”, refere uma americana, o que contrasta com a realidade de muitos portugueses que não se podem dar ao luxo de viver na capital.

A correspondente do jornal Los Angeles Times em Lisboa falou com norte-americanos que vivem na capital portuguesa e que estão maravilhados com o nosso país, nomeadamente devido ao custo de vida mais acessível.

“Já poupei tanto dinheiro a viver cá que devia ser um crime”, conta ao jornal Therese Mascarado, ex-residente em Los Angeles.

Esta californiana nota que, em Portugal, é possível comer uma refeição por 10 ou 20 euros.

Mas diz que também o alojamento é mais acessível, notando que pagava 2500 euros, por mês, pelo apartamento que tinha em Los Angeles. “Gastei menos de metade disso para poder viver cá, por mais espaço”, conta.

Já Jamie Dixon destaca a “localização fantástica” e a facilidade em “obter um segundo passaporte e cidadania“, concluindo que Lisboa “é um sítio maravilhoso para viver”.

Jenn Wittman, por seu turno, conta ao LAT que foi a educação do filho que motivou a mudança para Portugal. “Queríamos que ficasse livre de dívidas relacionadas com o ensino, onde ele pudesse ter acesso à saúde de forma grátis, e queríamos um sítio que fosse semelhante à temperatura da Califórnia”, destaca.

O número de norte-americanos que estão a imigrar para Portugal tem vindo a aumentar, nos últimos anos, sobretudo oriundos da Califórnia.

Contudo, em contraste, cada vez menos portugueses se podem dar ao luxo de viver no centro de Lisboa, como também trata de notar a reportagem do LAT.

“As rendas subiram cinco vezes em alguns anos” e “mesmo as coisas básicas, como comprar comida, fazer viagens mais longas para fora do centro da cidade”, estão mais caras, nota a peça.

O ordenado mínimo em Portugal é de apenas 705 euros e a taxa de inflação disparou para os 7,2% no último mês, o que é um recorde desde 1993.

Os preços médios das rendas também subiram 28% relativamente a 2021, segundo dados divulgados pelas imobiliárias.

ZAP //

15 Comments

  1. Devia ser crime e é!.. Portugal é um país que primeiro empobrece os Portugueses e convida-os a emigrar. A seguir e como tem de continuar a parasitar alguém, convida a imigrar pra cá os cidadãos ricos, de países que não fizeram com eles o que Portugal fez com os seus, pra ver se consegue o Estado Português parasitar as reformas decentes que os outros países (não Portugal, claro) lhes dão.

    O país continuará sempre a saque pelos DDT. Famílias que vão mudando de cara mas que são sempre as mesmas. Portugal não é dos Portugueses nem nunca será, enquanto os Portugueses não exigirem alguma forma de proteccionismo por parte do Estado contra este estado de coisas. É um asco a forma como Portugal trata os Portugueses: “se queres viver cá, é enquanto tiveres dinheiro pra nós roubarmos. Quando já não tiveres, põe te a andar, que tens de deixar lugar a outros para serem sugados”. Até os próprios estrangeiros acham isto um crime contra os Portugueses!..

    • Concordo inteiramente consigo! E digo mais, os nossos políticos são uns mãos largas com o dinheiro dos outros! Dão escola e saúde à borla para quem nunca descontou para a Segurança Social! Cambada! Deviam ser julgados por traição à Nação e aqueles que sempre descontaram e lhes pagam as chorudas pensões !

    • Corcordo com o diagnóstico, divirjo um pouco na solução. Na minha opinião (vale o que vale), a solução não seria apenas proteccionismo do estado. Uma parte da solução seria obrigar empresas que fazem fortuna em Portugal a pagar impostos em Portugal. Outra seria descomplicar os impostos sobre pessoas singulares. Permitindo que se um patrão quiser aumentar o salário de um trabalhador em 100€ por exemplo, não tenha o estado que vir comer metade ou 2/3 desse aumento. Não digo que estas medidas sejam a solução para tudo, mas creio que já fariam o país avançar. Isso e claro, proporcionar meios para termos uma justiça célere.

  2. Ao ZAP, tradução incorreta: Therese Mascarado pagava 2500 dólares (twenty-five hundred) e não 25000 dólares (twenty-five thousand) pelo apartamento em LA.

  3. Poupam bastante, f… a vida dos locais inflacionando dos preços de habitação, tornando-os inacessiveis aos habitantes locais… vai ser engraçado vê-los viver em bairros lisboetas rodeados por… turistas e outros transplantados iguais a eles, antes sequer de começarem a refilar por causa do cheiro a sardinhas assadas!!!

  4. Para esses os impostos deviam ser diferentes. So se esquecram de dizer quanto ganham nos Eua e podem permanecer aqui como turistas ou ainda lhes oferecemos passaporte. . Pois e as Finanças ficam a olhar.

  5. Triste, mas é verdade. Este país não é para portugueses, tal como naquele filme: este país não é para velhos!
    As sucessivas políticas dos nossos governantes (todos eles) têm sido no sentido de afugentar os lisboetas da cidade (vejam, por exemplo, o caso escandaloso do que resultou o programa RECRIA), para potenciar a vinda habitacional de novas elites para a capital, relembrem o que resultou a nível habitacional da reconstrução do Chiado, reabilitação do Martim Moniz, etc., etc., tudo isto, na minha opinião é kafkianamente pensado e implementado para não só novos negócios privados com o mesmo objetivo de afastar os lisboetas da cidade a nível habitacional, empurrando-os para as novas cidade dos subúrbios, agravado pelas mesmas políticas de destruição da identidade de vida portuguesa noutras areas como por exemplo a gastronomia com a chamada “nova cozinha de autor, onde os próprios “chefes” que praticam essa cozinha quando querem ir comer bem com as suas famílias, vão às tascas e restaurantes da chamada cozinha tradicional (lembrem-se de uma série recente passada na RTP1). Para quem nunca fez descontos em Portugal e vem para cá viver das suas reformas, muitas vezes isentas de impostas, quer cá quer lá, então é um “poupar” como diz o artigo que é quase escandaloso…
    E não estas situações e muitas outras idênticas, na minha opinião, não são por acaso, ignorância nem incúria, de quem governa. São fruto de uma ação perfeitamente planeada e pensada. Sim estamos a ser “invadidos” não através da força das armas como atualmente acontece na Ucrânia, mas é na mesma uma invasão porque se perdemos a nossa identidade estamos a perder simultaneamente a nossa nacionalidade, ou seja, deixamos de ser Portugal. Mantemos o nome, mas perdemos o que nos distinguia das outras nações. E, desta forma “suave” e “matreira” nem contamos com a solidariedade (mesma falsa) dos outros países, como hoje acontece com a Ucrânia. Porque Portugal está a ser invadido de forma silenciosa e discreta, apoiada com o dinheiro e o poder económico que cala muitas “consciências” e pouca gente o percebe. Mas, quando nos apercebermos já será demasiado tarde e já seremos uma “quinta ou um condomínio” de outros. E desta vez não foram os “russos”.

  6. “Saúde grátis …” Vergonha, os naturais desta terra e que pagam impostos elevados relativamente aos salários que ganham, esperam meses/anos por uma consulta no SNS, os Centros de Saúde não dão resposta às necessidades da população. Será esta a realidade que estes novos habitantes conhecem? Não, decerto que não!!

  7. Realmente….. pelo menos o serviço de saúde deviam pagar por não serem portugueses. Na América qualquer de nós é clasificado no sistema deles segundo o nosso origem étnico, deviam ser tratados da mesma forma. Os turistas e o investimento estrangeiro é maravilhoso, todo perfeito, mas não devíamos devaluar ou depreciar a qualidade de vida e mesmo a dignidade dos portugueses. Eu não nasci em Portugal, os meus pais são portugueses eu pago impostos como todos os portugueses, não me parece justo que estrangeiros abusem do sistema.

    • ” Eu não nasci em Portugal, …” Nota-se pela forma como escreves. De resto, pareceu-me a tirada mais ajuízada em todo o discurso.

  8. Aposto que a maioria que anda por aqui a comentar é chapa ganha, chapa gasta. Vivemos na era do consumo desenfreado. Fica bem ir aos melhores restaurantes, estar sempre a viajar, ir a todos os concertos, andar com o último modelo de carro pago por renting e por aí fora. Depois queixam-se. As cidades portuguesas estão para quem tem dinheiro. Não para quem já o gastou todo.

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