Soldados russos avisam Putin: “Deixamos a Ucrânia se não tratarem do aterro”

Há veneno “à solta” em Poltavskaya: quase todas as famílias têm alguém com cancro. “Se não for resolvido, voltamos a casa”.

Há um grupo de soldados russos que está a combater na Ucrânia, mas a pensar na sua terra natal, na Rússia.

Os soldados são naturais de Poltavskaya, cidade da região Krasnodar.

É em Poltavskaya que há um aterro perigoso, no centro de uma fazenda de arroz. Um veneno à solta, segundo os soldados.

O portal NIO Eco informa que esses militares russos gravaram um vídeo dirigido directamente a Vladimir Putin. O pedido segue também para o Gabinete do Procurador-Geral da Rússia e para o Comité de Investigação da Rússia.

Nessa mensagem, os sete soldados pedem às autoridades responsáveis para estas pararem de enviar resíduos para o tal aterro na cidade de Poltavskaya.

“Todas as toxinas escoam do aterro para os cursos de água e para o rio, que desaguam na nossa cidade. Pedimos que salvem a nossa cidade natal da morte, que parem de enviar lixo de outras regiões para lá”, afirmou um dos soldados.

O militar avisou que, por causa desses resíduos, há pelo menos um caso de cancro em quase todas as famílias.

E depois a ameaça: se o caso não ficar resolvido, os soldados russos deixam a guerra na Ucrânia.

“Se não conseguirmos resolver este problema, não teremos outra escolha senão regressar a casa e juntar-nos àqueles que pretendem fechar este aterro, àqueles que sonham com um futuro saudável para os seus filhos”, continuam os russos.

Na verdade, indica o portal russo, há mais de 30 anos que os habitantes locais pedem o encerramento deste depósito de lixo.

O Comité de Investigação da Rússia já anunciou o início de uma investigação criminal ao aterro, junto das autoridades policiais de Krasnodar.