Sócrates tem viajado para o Brasil e ficado lá durante semanas sem avisar o tribunal

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José Coelho / Lusa

Sócrates está sob termo de identidade e residência, o que o obriga a comunicar quando se ausenta do país durante mais do que cinco dias. O antigo primeiro-ministro responde que não se sente “obrigado” a anunciar as viagens.

Segundo avança a Visão, José Sócrates tem feito viagens para o Brasil, em alguns casos com estadias de várias semanas, sem informar os tribunais portugueses.

A lei determina que ausências de Portugal superiores a cinco dias têm de ser comunicadas às autoridades quando a medida de coacção é o termo de identidade e residência, como é o caso de Sócrates. Caso se prove que o arguido não está a cumprir esta obrigação, a medida de coacção pode ser revista.

A investigação da revista revela que o antigo primeiro-ministro e principal arguido na Operação Marquês está inscrito num doutoramento em Relações Internacionais, no âmbito do Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

A matrícula de Sócrates no curso foi confirmada por Reginaldo Nasser, professor universitário que é também orientador da tese e que é próximo do Partido dos Trabalhadores (PT).

Recorde-se que Sócrates foi chefe do Governo na altura em que Lula da Silva, do PT, era Presidente do Brasil, e os dois tinham uma relação próxima. Sócrates tem marcado presença em eventos e acções de campanha do PT e também escreve uma coluna de opinião na revista Carta Capital, que é próxima do partido.

O antigo primeiro-ministro também confirma as suas próprias estadias no Brasil, como no programa do YouTube Giro das 11, onde afirmou a 18 de Abril que planeava ficar no país “mais duas semanas“.

Reginaldo Nasser adianta que Sócrates entrou no doutoramento através do processo de candidatura para alunos estrangeiros e que as consultas feitas pela universidade durante a selecção não encontraram nada que impedisse o ex-líder socialista de frequentar o curso.

Numa nota citada pela CNN Portugal, Sócrates reagiu à notícia: “O tribunal tem a minha morada. Não mudei de endereço pessoal, razão pela qual não me sinto obrigado a comunicar ao tribunal nada mais que não seja o meu termo de residência. Agradeço o interesse com que alguns jornalistas seguem a minha vida privada mas não pretendo discuti-la com estranhos. Sete anos de devassa judicial bastaram”.

O Observador avança também que o Ministério Público vai pedir ao Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa que notifique José Sócrates para esclarecer a razão pela qual não comunicou as suas viagens ao Brasil. O MP pode também vir a pedir uma reavaliação das medidas de coacção.

Adriana Peixoto, ZAP //

21 Comments

  1. VERGONHA… País de faz de conta com gestão de faz de conta e justiça á medida dos interesses de cada um dos politiqueiros que andam a ganhar à custa dos contrinuintes.

    • Anda a tirar uma cadeira universitária “A Arte de sacar milhões”, na qual é obrigado a apresentar um livro feito por alguém, mas com o seu nome., cujo título é “Como se rebenta um país”.

  2. Uma dúvida: O Carlos Santos Silva também lá tem casa? Quiçá um Triplex em Guarujá?

    Já agora, outra dúvida: O orientador do Doutoramento do 44, não será por acaso o Doutor (honoris causa pela Universidade de Coimbra – uma vergonha!) Luís Inácio?

    E ainda mais uma: O 44 tem comprado os livros para fazer a tese, ou o Carlos e a mãe mandam-lhe fotocópias dos textos?

    • Foi conferenciar com o outro larápio (o Lula) para arranjar a melhor estratégia de reconquistar o poder e o cofre central do Brasil. Sócrates terá direito a 70% do bolo.

  3. É o 25 de abril no seu melhor, liberdade para todos os corruptos e ladroagem de toda a espécie! Este agora anda a ajeitar-se para daqui a pouco viver sob a capa e proteção do Lula, tudo à conta do mexilhão! Justiça por onde andas?

  4. É mais um que anda a ver para onde pode escapar. África do Sul…Brasil…Argentina ! Prendam estes juizes que são a vergonha do país.

  5. E depois, apontavam o dedo a João Rendeiro, porque se dizia injustiçado! Já cá não está para falar, mas tinha, concerteza, toda a razão. Vivemos num país onde alguns podem fazer tudo e a grande maioria não pode fazer nada. A parcialidade com que a justiça portuguesa funciona, demonstra bem quanta pobreza democrática existe em Portugal, apesar de apregoarem ao mundo que somos um país com um sistema democrático “consolidado”.
    Belos exemplos.

  6. Este fulano é a vergonha deste país. Agora, como já dispõe dos milhões, já não precisa da semanada da mãe ou dos empréstimos do amigo… e já se permite marimbar para a justiça.

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