Sócrates ataca Ministério Público: “deteve cinco pessoas por motivos fúteis”

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Antonio Cruz / ABr

Ex-primeiro ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

O antigo primeiro-ministro socialista José Sócrates criticou o Ministério Público (MP) de “prender na opinião pública” os suspeitos na operação que, na semana passada, fez o Governo cair. O ex-governante considera que não há provas que justifiquem tal “violência” nem a detenção de cinco pessoas “por motivos fúteis, arruinando a sua reputação”.

José Sócrates – acusado, em 2017, pelo Ministério Público, no âmbito da Operação Marquês – acusa, agora, a Justiça de manter os suspeitos na Operação Influencer na “prisão da opinião pública”.

O antigo primeiro-ministro considera que o MP ainda não tem provas suficientes da culpabilidade dos envolvidos, apesar de já os ter condenado politicamente.

“O que está em causa são os motivos para prender, para fazer buscas e para tornar públicas suspeitas que, podendo fundamentar a decisão de investigar, não justificam a violência sobre as pessoas. Isso, sim, é o que está em causa”, considera o ex-governante.

Num artigo de opinião, no Diário de Notícias, esta quarta-feira, intitulado “Nada como um dia depois do outro”, José Sócrates critica ferozmente a operação que fez cair o Governo, no dia 7 de novembro.

“Quando o Ministério Público decide prender, fazer buscas em casas particulares e tornar pública uma investigação, deve ter já na sua posse provas que considere suficientes da culpabilidade dos envolvidos. Deve estar pronto para acusar. Pois bem, não está“, atira.

Aquele que foi o primeiro-ministro português entre 2005 e 2011 queixa-se de que este processo retirou, ao Partido Socialista (PS), de forma ilegítima, uma maioria absoluta no Parlamento e o direito a governar, “mesmo que esse processo tenha detido cinco pessoas por motivos fúteis e arruinado a sua reputação pública”.

Sócrates escreve ainda que a direita se está a aproveitar deste caso para lançar armadilhas mentais, ao insistir na ideia de que “criticar os abusos do Ministério Público é atacar a Justiça”.

“Daqui a quatro meses haverá novo governo, haverá novos escândalos e haverá novas oportunidades para dizer que confiamos na Justiça. Nada de novo debaixo do sol – apenas a Justiça a funcionar“, critica o socialista.

Acusado, em 2017, de 31 crimes à margem da Operação Marquês – por corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal -, José Sócrates enalteceu o facto de, “pelo menos, desta vez”, haver debate.

Miguel Esteves, ZAP //

7 Comments

  1. Socrates tem toda a razão, comparado com corrupção e com milhões e milhões de euros de um amigo , que que raio é trafico de influência e 78.000 euros metidos no meio de umas garrafas de vinho? São mesmo motivos futeis, agora para um politico serio, daqueles que já não existem, talvez não sejam motivos tão futeis assim. E depois uma coisa é certa , Costa demitiu-se porque algum peso tinha na consciência e não sabia o que o Ministério Publico conhecia…

  2. O Ministério Publico investigou, investigou, investigou, investigou, investigou, investigou e condenou! Logo o espetador também!
    O que é que se há-de poder fazer?
    O “povo” é quem maís ordena!

  3. Que o menino Zezinho Sócrates é um ladrão e que deixou escola ( ver os bons alunos de agora, galambinha e outros mais) jt todos sabemos sem QUALQUER DÚVIDA.
    Que a Justiça deixa prescrever prazos, elimina provas, exclui escutas, etc, que depois não levam estes metralhas a julgamento e condenação efectiva, também sabemos. ( os grandes escritórios de advogados de Lisboa são quem faz as leis que temos, por encomenda dos deputados e restantes politiqueiros, de forma a bem deixar-lhes as portas abertas para a vigarice e gatunagem, também sabemos.
    Não creio no envolvimento directo de António Costa, mas não compreendo como defendeu ministros, secretários de estado, acessores, etc, indefensáveis e totalmente condenáveis.
    Só é pena que a memória seja curta, e que o povo esqueça demasiado ràpidamente as roubalheiras de Sócrates, de Galambas, de Nunos Santos, etc, etc, e lhes permita levantar a crista e abrir o bico, como se de honoráveis pessoas fossem!

  4. Se esse tal Sr. Sócrates tivesse um pouquinho de decência estava tão, mas tão socegadinho no seu cantinho, que nem teria a ousadia de escrever uma só vogal! Problema é que quem não tem, nunca teve, qualquer tipo de vergonha, fala, escreve, esperneia… enfim mesmo um pirata sem qualquer pingo de decência.
    Roubou-me indecentemente enquanto esteve no poder, por isso tenho todo o direito de lhe dizer/escrever as verdades nas trombas. Esse já deveria estar atrás das grades há muito tempo, seu sem vergonha.

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