Crimes de Sócrates na “Operação Marquês” estão perto de prescrever

Mário Cruz / EPA

O antigo primeiro-ministro, José Sócrates, durante a sessão instrutória sobre a Operação Marquês

José Sócrates pode ver parte do rol de crimes que é acusado no âmbito da “Operação Marquês” prescrever em breve.

Só agora, quase dois anos depois da decisão instrutória do megaprocesso, é que o recurso do Ministério Público (MP) vai subir ao Tribunal da Relação de Lisboa.

Os crimes de falsificação de documento imputados a José Sócrates prescrevem em 2024, escreve o Correio da Manhã. Advogados do processo, contactados pelo jornal, admitem que é praticamente impossível que haja julgamento e sentença antes desta data. Dificilmente isto acontecerá dentro de um ano, avisam.

Os procuradores recorreram da decisão do juiz Ivo Rosa em setembro de 2021, mas só esta sexta-feira é que terminou o prazo para Sócrates e os restantes arguidos se pronunciarem sobre o recurso, explica o CM.

O prazo inicial era de 120 dias, mas atrasou-se devido a “inúmeras reclamações, recursos e outros expedientes do antigo primeiro-ministro”.

Por terem demorado a reagir ao recurso do Ministério Público, José Sócrates e Carlos Santos Silva vão ter de pagar 204 euros de multa, adianta a SIC Notícias.

Segundo a estação televisiva, as contestações dos dois arguidos juntam-se, por exemplo, à de Joaquim Barroca, ex-administrador do Grupo Lena, que tem mais de 500 páginas.

É na Relação de Lisboa que se vai decidir que se o Ministério Público tem razão ao pedir a ida a julgamento de todos os arguidos por todos os crimes imputados. Ivo Rosa, recorde-se, mandou para julgamento apenas cinco dos 28 arguidos acusados pelo MP.

Fontes contactadas pela SIC também admitem a morosidade do processo, que pode demorar meses ou até mesmo um ano.

Daniel Costa, ZAP //

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