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Uma só pessoa terá contaminado 700 no Diamond Princess

Franck Robichon / EPA

O navio Diamond Princess atracado no porto de Yokohama, no Japão

Uma única pessoa, infetada com o novo coronavírus no cruzeiro Diamond Princess, foi responsável por 697 infeções e sete mortes que ocorreram no navio japonês.

De acordo com um estudo, publicado recentemente na PNAS, o vírus idêntico ao de Wuhan, a província chinesa onde teve origem a pandemia, foi introduzido no barco por uma única pessoa ou por um grupo muito restrito, como uma família.

Os cientistas levaram a cabo uma análise genética exaustiva do vírus presente nas amostras nasais de 73 passageiros do cruzeiro infetados com covid-19 e concluíram que uma só pessoa foi responsável por 697 infeções e sete mortes que ocorreram no navio japonês.

A disseminação do vírus terá acontecido através de grandes grupos de passageiros nos eventos coletivos, mas também se espalhou através de contactos pessoais entre companheiros de camarote, antes e depois do isolamento no porto japonês de Yokohama.

De acordo com o Diário de Notícias, os autores do estudo conseguiram traçar a sequência completa de ADN do vírus que infetou os 73 passageiros que participaram na investigação e cujas amostras nasais foram recolhidas entre 15 e 17 de fevereiro.

Uma das principais conclusões é que todas as amostras partilham a mesma mutação, o que significa que todos os vírus a bordo têm origem numa única fonte. Além disso, concluíram que o vírus é praticamente idêntico ao de Wuhan, sugerindo assim que foi transmitido por alguém que esteve naquele local ou em contacto com alguém da província.

Ainda que seja possível que outros passageiros tenham introduzido outros vírus (uma vez que o estudo se debruça apenas sobre 10% dos infetados, essa possibilidade é dada como “muito improvável, dado que a mesma mutação está presente em 100% das amostras sequenciadas”.

Desde que foi introduzido no navio, o SARS-coV-2 propagou-se por grupos: dos participantes, 29 partilhava um vírus idêntico ao inicial, cinco apresentavam um vírus com mais uma mutação e seis pessoas um vírus com duas mutações.

As mutações ocorrem a um determinado ritmo e permitem identificar a evolução temporal, o que leva a crer que foi sendo transmitido de uns grupos para outros. Isto significa que os grupos de contágio não correspondem a uma determinada área do navio, mas, por exemplo, à partilha de mesas para as refeições.

ZAP //

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