A economia portuguesa vai abrandar nos próximos anos, segundo antecipa a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).
No Economic Outlook publicado esta quinta-feira, as previsões para a economia nacional aponta para um crescimento de 1,9% este ano, 1,8% em 2020 e 1,7% em 2021.
A OCDE junta-se às principais organizações nacionais e internacionais, que, em menor ou maior grau, projetam um abrandamento da economia nacional em 2020. A única voz dissonante é a do Governo. No esboço orçamental enviado para Bruxelas, em outubro, a equipa do Ministério das Finanças projeta uma aceleração do ritmo de expansão do Produto Interno Bruto no próximo ano, para 2%.
A OCDE destaca, de acordo com o semanário Expresso, que “a procura interna é o principal impulsionador do crescimento económico”. O documento constata que, apesar do aumento da incerteza sobre as condições externas e tensões comerciais, “os indicadores de confiança para os serviços, consumidores e construção estabilizaram, indicando alguma resiliência em relação a desenvolvimentos externos negativos”.
A OCDE melhorou ligeiramente a sua previsão para o crescimento da economia portuguesa este ano, de 1,8%, para 1,9%. A projeção da OCDE está, assim, alinhada com a maioria das organizações nacionais e internacionais.
Já em relação aos próximos anos, a expetativa da OCDE é de abrandamento em 2020, ainda que ligeiro, com a economia a voltar a abrandar em 2021. A razão: o consumo privado. “Apesar da baixa inflação e condições financeiras acomodatícias, o crescimento dos gastos das famílias deverá abrandar devido a alguma moderação no crescimento do emprego e à estabilização do crescimento dos salários”, lê-se no relatório.
A organização está mais conservadora nas suas perspetivas sobre a evolução do mercado de trabalho, nomeadamente no que toca à descida da taxa de desemprego. Em maio, apontava para uma taxa de desemprego em Portugal de 6,3% este ano, recuando para os 5,9% em 2020. Agora, aponta para 6,5% este ano, seguindo-se descidas ligeiras para 6,4% em 2020 e 6,3% em 2021.
O investimento também deverá perder gás, mas a OCDE antecipa uma aceleração em 2021.
A OCDE antecipa que o crescimento na zona euro permaneça modesto, “com poucas perspetivas de uma recuperação ao longo dos próximos dois anos”. A continuação da incerteza por causa do Brexit é um dos fatores, uma vez que pode afetar o comércio e o turismo e a vulnerabilidade da banca a choques financeiros, devido aos ainda elevados níveis de crédito mal parado.
Quanto às contas públicas, a OCDE está alinhada com o Governo: um défice de 0,1% este ano, sinalizando uma situação de equilíbrio orçamental em 2020.
A OCDE deixa um conselho ao ministro das Finanças, Mário Centeno: “Aumentar a eficiência da despesa pública vai suportar a constituição de almofadas orçamentais para enfrentar choques inesperados e o impacto orçamental do envelhecimento populacional”.
Crescimento mais baixo desde a crise financeira global
No plano internacional, a OCDE reviu em baixa o crescimento mundial, acreditando agora que nos próximos anos o PIB planetário vai aumentar em torno dos 3%. O valor é o mais baixo desde a crise financeira global, de acordo com a TSF.
Espanha, principal parceiro comercial português, vai crescer 1,6% em 2020 e em 2021. A Alemanha, motor da economia europeia, vai ter evoluções muito modestas, de 0,4 e 0,9%. No conjunto da zona euro a subida será de 1,2% em 2021. Nesse ano, a economia dos Estados Unidos vai abrandar para 2%. A China vai crescer 5,5%, o Japão 0,7%.
A OCDE culpa às tensões comerciais, escrevendo que desde o início da crise o protecionismo já levou à implementação de mais de 1.500 restrições ao comércio internacional, e à falta de estratégia política no combate a problemas que já se tornaram estruturais, como a digitalização e o combate às alterações climáticas, explicando que os fenómenos naturais extremos podem ter consequências económicas graves.
Não sou economista, nem perto disso, mas analisando todas as previsões das entidades mundiais e europeias face às do Governo ( da Geringonça) eu diria que as previsões do Governo deram uma goleada… em gíria futebolistica. Sabemos da tendenciosidade de certa imprensa que gosta de fazer eco do contra… mas são fatos objetivos. Gostava de deixar uma questão que talvez não entre em conta com as previsões: Qual o peso no PIB o aumento do salário mínimo…
Começou muito bem o seu comentário desde logo referindo que não é economista. Nota-se de resto pela leitura do seu email.
As previsões do governo deram uma goleada… Enfim, todos os países do nosso campeonato da União Europeia cresceram a taxas superiores a Portugal!
Depois a questão do défice. A realizar cativações em alguns ministérios desde março de 2019 estranho seria se o défice não fosse atingido. Depois temos infelizmente os impactos na saúde, educação, justiça e por aí fora.
Depois ainda questiona o peso no pib no aumento do salário mínimo. Há de ter tido algum mas isso terá de perguntar nos países dos quais importamos. Isto porque no período em causa agravou-se o fosso entre importações e exportações, isto é, o aumento dos salários implicou essencialmente importações em massa com um agravamento substancial da nossa balança comercial.
E pior que tudo como é que é possível que a maior carga fiscal com o menor nível de investimento público se traduza num aumento em valor absoluto da dívida nacional?! Para onde foi o dinheiro?
Como começou e bem, o amigo não é economista. Nem sequer aprendiz. Provavelmente nem curioso da área.
Sim porque os economistas tem mostrado um exelente trabalho na análise e previsão económica!…
Em muitos casos aconteceu precisamente o oposto do anunciado pelos gurus da economia!…
E o que diz a bruxa Maya?
Engraçado foi ver como estes “economistas” previram a crise mundial… e como as agências de rating classificavam o Leman Brothers…
Tudo experts…