O ex-analista informático Edward Snowden usou ferramentas de baixo custo para se infiltrar nas redes da Agência de Segurança Nacional norte-americana e aceder a quase dois milhões de documentos confidenciais, noticiou o The New York Times.
Funcionários dos serviços de informações norte-americanos consultados pelo jornal assinalaram que Snowden utilizou programas de rastreio da Internet que procuram, indexam e duplicam sítios Web.
O diário nova-iorquino, citado pela agência Efe, considerou a revelação surpreendente, uma vez que a missão da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos inclui a protecção dos sistemas informáticos militares e de serviços de informações mais importantes contra possíveis ataques cibernéticos.
Os investigadores concluíram que a actuação de Snowden foi muito pouco sofisticada e deveria ter sido fácil de detectar.
Snowden tinha acesso aos documentos da NSA porque trabalhava, em regime de colaboração, com a agência no Havai, ajudando a gerir sistemas informáticos.
Os programas rastreadores da Internet movem-se de forma automática de um sítio Web para outro e podem ser programados para que façam uma cópia de tudo o que encontram à sua passagem.
O The New York Times lembra que entre os materiais destacados nos documentos obtidos por Snowden estão as “wikis” da NSA, sítios colaborativos onde analistas de informações e outros partilham informação.
Segundo funcionários da NSA, citados pelo jornal, se Snowden tivesse trabalhado na sede central da agência, perto de Washington, teria sido mais fácil detectá-lo, uma vez que o edifício está equipado com sistemas de segurança que detectam alguém a aceder a grandes volumes de documentos.
Em comunicado divulgado por um dos seus advogados, Snowden afirmou que “é irónico que o Governo” norte-americano “esteja a dar informação confidencial aos jornalistas”, numa tentativa de o desacreditar por ter partilhado informação confidencial.
“A diferença é que eu fiz para informar o público sobre as acções do Governo e eles estão fazer para desinformar o público sobre as minhas [acções]”, sustentou.
/Lusa