António Pedro Santos / LUSA

Pessoas caminham às escuras pelo interior do Mercado da Ribeira
Governo vai pedir auditoria europeia. Foi uma crise inesperada que não teve origem em Portugal, reforçou o primeiro-ministro.
O Governo vai criar uma comissão técnica independente e pedir uma auditoria europeia para avaliar os sistemas elétricos dos países afetados pelo apagão de segunda-feira, anunciou nesta terça-feira o primeiro-ministro.
“Não vamos poupar esforços nos esclarecimentos perante um problema sério que não teve origem em Portugal”, afirmou.
Luís Montenegro falava a meio da segunda reunião extraordinária do Conselho de Ministros em dois dias, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, Lisboa, após o corte generalizado no abastecimento elétrico que afetou na segunda-feira Portugal e Espanha.
O primeiro-ministro defendeu que há sempre possibilidade de melhorar procedimentos em crises como o apagão de segunda-feira, mas considerou que a resposta do país foi “altamente positiva” e que a proteção civil “funcionou muito bem”. Mas atirou: “Faremos uma avaliação rigorosa desse ponto de vista (funcionamento do SIRESP), para ultrapassarmos constrangimentos da comunicação”.
Em relação à comunicação, e sobre a ausência de SMS, o primeiro-ministro explicou a prioridade do Governo: “A Proteção Civil emitiu SMS às 17h, mas as pessoas receberam pelas 20h, ou mais tarde – o que mostra que o Governo tinha razão em privilegiar os aproveitamentos das rádios e órgãos de comunicação“.
“Se me pergunta se as coisas podiam ter funcionado melhor? Nós estamos sempre a tempo de melhorar procedimentos, mas eu quero assinalar: Portugal teve uma reação muito positiva a uma situação que era muito grave, inédita e inesperada”, afirmou.
Luís Montenegro elogiou as entidades e profissionais que estiveram no terreno: “O esforço e a capacidade de ajudar foram notáveis e é também o garante que estamos preparados para viver dias menos bons”.
O líder do Governo em demissão reforçou que “o problema não tem a ver com a falta de capacidade de produção e distribuição em Portugal”.
A declaração de crise energética não vai ser prolongada: termina às 23h59 de hoje, terça-feira.
ZAP // Lusa
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