A Polícia Judiciária já está a investigar o caso que estará na origem de um grupo da “máfia de Leste” com intenções de fazer lavagens de dinheiro.
Alguns inscritos no IEFP começaram a receber, na semana passada, mensagens de texto com uma alegada oferta de emprego e com o remetente NetEmprego, o portal do IEFP, à qual deveriam responder via email para “[email protected]”, conta o Jornal de Notícias.
Embora o domínio do e-mail leve para uma página de uma suposta empresa sediada em Valongo, uma pesquisa da morada revelou que, no endereço indicado, só existe uma bomba de gasolina.
O site NetEmpregos, com um nome muito semelhante ao outro portal, começou a ser erradamente associado a esta fraude.
“Começámos a receber queixas de pessoas que diziam que tinham recebido mensagens nossas, quando nós não pedimos os números de telemóvel das pessoas”, explica Rui Encarnação, o diretor do site que nada tem a ver com o portal de emprego do IEFP.
“Pedimos que nos enviassem imagens das mensagens e os e-mails que receberam em resposta, com o contrato de trabalho proposto, e verificámos que se tratava de esquemas de grupos organizados do Leste que procuram angariar mulas de dinheiro”, acrescenta.
Face a confusão lançada pelos utilizadores, foi a própria empresa privada a lançar o alerta junto das autoridades.
“Já há algum tempo que trabalhámos em conjunto com a PJ em casos deste género, até porque esses grupos já tinham tentado registar-se no nosso site, para colocar ofertas semelhantes”, revela Rui Encarnação.
Uma “mula de dinheiro” serve, nestas ocasiões, como cúmplice de cibercrimes que permitem lavar dinheiro. O criminoso faz transferência de dinheiro para uma série de “mulas”, oferecendo-lhes uma comissão para que transfiram o dinheiro recebido, via Western Union, para o autor do crime.
Desta forma, as autoridades têm dificuldade em seguir o rasto do dinheiro e identificar o criminoso. Já a “mula” pode ser chamada a responder por esse desvio e ser até condenada pelo crime.
O IEFP chegou a bloquear a pesquisa de currículos no site, mas tornou a abri-la ontem, referindo que “não foi detetada qualquer falha de segurança ou situação anómala no funcionamento” do portal.
Fonte do IEFP explicou ao JN que “os utilizadores têm a possibilidade de optar pela disponibilização pública ou privada da sua informação, item a item”, descartando responsabilidade na exposição dos dados usados neste esquema.
ZAP