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Shiveluch é o vulcão mais explosivo do mundo (e contém muita água)

O vulcão Shiveluch, localizado em Kamchatka, uma península remota no nordeste da Rússia, e que se situa do outro lado do Mar de Bering do Alasca, teve mais de 40 erupções violentas nos últimos 10 mil anos.

Agora, um novo estudo do Shiveluch, o vulcão mais explosivo do mundo, pode ajudar os cientistas a perceber melhor o ciclo global da água e os sistemas vulcânicos, avança o Futurity.

A última grande explosão deste vulcão ocorreu em 1964 e criou uma nova cratera que cobre uma área de quase 100 quilómetros quadrados com fluxos piroclásticos. O vulcão ainda está em erupção atualmente.

Michael Krawczynski, professor de ciências terrestres e planetárias na Universidade de Washington em St. Louis, resolveu enfrentar, juntamente com a sua equipa, as condições adversas de Kamchatka para entender o que faz com que o vulcão Shiveluch se mantenha ativo, sendo que os dados que adquiriu podem ajudar os cientistas a obter informações sobre o que está a acontecer com outros vulcões.

De acordo com o estudo publicado na revista Contributions to Mineralogy and Petrology, os investigadores do laboratório de Krawczynski examinaram pequenos nódulos de magma primitivo que irromperam e foram preservados através de outros materiais.

“Os minerais nesses nódulos contêm as assinaturas do que estava a acontecer no início da evolução do magma, nas profundezas da crosta terrestre”, diz Goltz, principal autor do estudo.

Os especialistas descobriram que as condições dentro do vulcão Shiveluch incluem cerca de 10% a 14% de água por peso, sendo que a maioria dos vulcões tem menos de 1% de água. Para vulcões de zona de subducção, a média é geralmente 4% de água por peso e raramente excedem os 8%.

De particular interesse é um mineral chamado anfibólio, que atua como um proxy ou uma impressão digital para alto teor de água em temperatura e pressão conhecidas. A química única do mineral revela aos investigadores a quantidade de água que está presente nas profundezas do Shiveluch.

“Quando se converte a química desses dois minerais, anfibólio e olivina, os resultados são notáveis ​​em termos de qual a quantidade de água e de quão baixa é a temperatura que estamos a registar”, diz Krawczynski, depois de ter feito novas descobertas sobre a água existente no vulcão.

O especialista garante que “a única maneira de obter materiais primitivos e puros em baixas temperaturas é ter muita água”, uma vez que ”adicionar água à rocha tem o mesmo efeito que adicionar sal ao gelo. Neste caso, há tanta água que a temperatura é reduzida a ponto de os anfibólios se poderem cristalizar”.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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