Sex dolls a imitar crianças são uma realidade no Japão — e são legais

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Sex dolls a imitar crianças são não só comuns, mas também legais no Japão. Estudos sugerem que diminuem o número de casos de abuso de menores.

Ainda que o tabu à volta das sex dolls seja muito intenso em Portugal, elas existem. Normalmente feitas de plástica, são um dos produtos mais comuns e conhecidos das poucas sex shops que existem pelo país fora. Mas se a ideia de uma boneca insuflável já deixa algumas pessoas a ranger os dentes, o que se diria se houvesse bonecas destas a imitar crianças?

Ora, no Japão, há todo um mercado para este tipo de sex dolls, que são totalmente legais no país oriental. Esta é uma conceção bastante diferente de países como o Reino Unido e a Austrália, onde os seus governos baniram este tipo de bonecas, por considerarem que se tratam de material de abuso infantil.

Um pouco por toda a internet japonesa, sex dolls infantis têm crescido em número. Há até comunidades de utilizadores que partilham conhecimento, dicas e opiniões sobre as suas bonecas, conta a VICE.

No Japão nem todos concordam com a sua legalidade. Os mais críticos argumentam que permitir que estas bonecas existam – quase sem restrições – ajuda a normalizar relações sexuais forçadas com crianças.

Ainda assim, há uma cultura presente no país de que é aceitável usar crianças como objetos sexuais. Até o político japonês Hiranao Honda, de 56 anos, disse que não há problema em fazer sexo com menores de 14 anos. A idade de consentimento sexual do Japão é de 13 anos, a mais baixa do mundo desenvolvido.

Embora o Japão tenha proibido a posse de material de abuso infantil em 2014, as restrições não incluem mangá, anime e bonecas, por exemplo. Os dois primeiros são protegidos em grande parte pelo direito à liberdade de expressão.

A ideia de que este tipo de sex dolls pode levar a um aumento de casos de abuso sexual a crianças é dúbia. Há estudos que argumentam precisamente o contrário: que estas bonecas funcionam quase como um “refúgio” ou uma “alternativa segura”, que leva as pessoas a não explorarem estes interesses na vida real.

Alguns estudos até sugeriram que as bonecas poderiam ser usadas como terapia para predadores sexuais, se usadas sob condições regulamentadas.

No reverso da medalha, um estudo publicado no ano passado no International Journal of Social Robotics dá conta que os criminosos sexuais eram menos propensos a pensar que as bonecas poderiam ser usadas para tratar criminosos em comparação com os não-criminosos.

Um dono de uma sex doll infantil falou com a VICE e explicou que comprou uma, porque as bonecas de silicone são geralmente mais pesadas, podendo pesar até 35 kg. Além disso, o japonês que não quis ser identificado realçou que não se importa se as bonecas forem banidas, desde que as provas que apoiassem a proibição fossem sólidas.

“Cerca de metade dos donos que conheço querem fazer sexo com crianças”, disse o nipónico. “É por isso que eles compram as bonecas”.

Petições para proibir a venda e o fabrico de sex dolls infantis circulam online de tempo em tempo, mas nunca recebem muito apoio.

Daniel Costa, ZAP //

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