As estudantes da Serra Leoa não vão voltar a ser proibidas de assistir a aulas ou exames. Um tribunal regional ordenou o fim imediato da política “discriminatória” que proibia dezenas de milhares de raparigas de completarem os estudos.
Esta quinta-feira, a Serra Leoa decidiu revogar a diretiva de 2015 que impedia jovens grávidas de frequentar a escola e de realizar exames. A medida foi considerada “discriminatória” e “uma violação dos direitos humanos”, avança o jornal Sol.
A decisão do tribunal da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDAO) foi considerada uma vitória para as dezenas de milhares de jovens que foram impedidas de ir à escola. Além da revogação, o tribunal decidiu que devem ser criados programas de ajuda a raparigas grávidas para que estas voltem à escola.
“O nosso governo na Serra Leoa não terá outra opção que não seja cumprir com as suas obrigações como foi determinado pelo tribunal”, reagiu Hannah Yambasu, diretora executivo da organização Mulheres contra Violência e Exploração na Sociedade (Waves), citada pelo Diário de Notícias.
A decisão de impedir as jovens grávidas de frequentar a escola surgiu depois de uma epidemia de ébola ter aparecido na parte oriental do país, deixando milhares de raparigas vulneráveis, resultando num aumento das gravidezes no país, muitas das quais como resultado de violações.
Quando o vírus foi controlado e as escolas voltaram a reabrir, o governo decidiu separar as “jovens inocentes” das jovens grávidas.