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O “serial killer” de gatos do Reino Unido continua à solta

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O misterioso “serial killer” de gatos, que começou a atacar em 2015 no sul de Londres, continua à solta e as autoridades têm medo que esta obsessão com felinos possa avançar, um dia, para humanos.

Ninguém sabe ao certo o que aconteceu com Scooter, a gata preta da britânica Chantelle. Na última vez que a viu, ambas estavam na cozinha numa noite de verão. Na manhã seguinte, a gata desapareceu.

Quando Chantelle a procurava pela rua, um vizinho avisou-a de que tinha encontrado a Scooter já de madrugada, morta no exterior da sua casa, e pensou que teria sido atropelada, embora não houvesse muita movimentação naquela área residencial.

O vizinho disse-lhe que foi a casa para ir buscar um cobertor para cobrir o corpo e, quando voltou, este tinha desaparecido. Mais tarde, outro vizinho contou a Chantelle que também tinha encontrado a sua gata.

Desta vez, Scooter foi vista às 05h30 no relvado da vizinha. A cauda foi removida e um corte atravessava o corpo, da cabeça ao abdómen. As tripas foram arrancadas e colocadas ao lado do cadáver do animal.

O segundo vizinho chamou as autoridades locais para retirar o corpo, portanto Chantelle não viu a sua companheira de quatro patas com os seus olhos. Mas uma coisa tinha a certeza: Scooter não morreu por acidente.

Segundo a BBC, este é um dos muitos casos que têm sido atribuídos a um “serial killer” que tem atacado vários gatos de estimação em Londres e arredores, deixando um rasto de tristeza, medo e desconfiança que já dura há dois anos.

Mistério já dura há dois anos

Antes da morte de Scooter, Chantelle já tinha lido várias histórias sobre um assassino de gatos na zona da M25, uma auto-estrada nos arredores da capital. Porém, a britânica não imaginava que os seus felinos estivessem em perigo, uma vez que vive a 80 quilómetros de Londres, mais precisamente em St Leonards-on-Sea.

Agora, tanto Chantelle como o marido já equacionam mudar de casa. “Nunca fui uma pessoa nervosa mas o assassino de Scooter estragou a tranquilidade que sempre tivemos”.

De acordo com a BBC, a polícia tem quase a certeza que se trata de um homem que pode ter matado mais de 370 animais desde 2015, sobretudo gatos de estimação, mas também raposas, coelhos e uma coruja selvagem.

As primeiras vítimas são de Croydon, no sul de Londres, dando ao assassino a alcunha de “Croydon Cat Killer“. Posteriormente, os assassinatos foram mais tarde reportados noutras áreas de Londres, surgindo um segundo apelido, “M25 Cat Killer” .

Ao longo dos últimos dois anos, Boudicca Rising, ativista que se dedica ao resgate de animais, e o seu companheiro, Tony Jenkins, têm sido os protagonistas na caça por este “serial killer”. Em 2015, o casal pensou que se trataria de um grupo “mas, com o passar do tempo, percebemos que provavelmente lidamos com um assassino em série”, explica.

Agora, Boudicca e Tony cooperam oficialmente com a polícia londrina, que criou uma equipa especial para investigar estes casos. “Algumas pessoas podem gozar com isto, mas o sentimento de perda dos donos dos animais é muito real”, explica Andy Collin, responsável por esta operação.

Sempre que se dá uma nova morte, há protocolos – desde a análise da cena do crime até à autópsia ao corpo do animal – para tentar perceber se foi acidental ou se pode ser obra do mesmo assassino. “É importante lidar com os casos que estão interligados”, explica. Mas também “é bem possível que outras pessoas se tenham aproveitado da ideia e estejam a imitar o assassino original”.

Traçar o perfil do assassino

A Snarl, organização da sul-africana Boudicca, ajudou a montar um perfil dos métodos utilizados pelo assassino: ataca principalmente à noite, em áreas residenciais, geralmente atraindo as suas vítimas com ração ou pedaços de frango cru e mata-as de uma forma rápida, aplicando algum tipo de força bruta.

Houve casos de animais que apareceram com as cabeças ou patas decepadas. Os corpos costumam ser deixados perto das casas das vítimas ou em espaços públicos, como parques infantis. A brutalidade dos casos chega a deixar as pessoas incrédulas.

A discussão chegou às redes sociais e muitos acusam a associação de exagerar, dizendo que os animais podem ter sido mortos por acidente ou por raposas. No entanto, foi também graças à Internet que Boudicca conseguiu ajuda de outras pessoas para distribuir panfletos a alertar para este problema.

Tal como muitos “serial killers” que começam as suas séries com animais, Andy Collin teme que esta pessoa acabe por virar as suas atenções a humanos. Um perfil montado pela Agência Nacional Anticrimes britânica sugere que a raiva deste assassino com gatos derive de um problema mais profundo com mulheres ou com alguma mulher em específico.

“Os gatos são alvejados porque são associados ao sexo feminino – o assassino não consegue lidar com uma ou várias mulheres”, sugere. “O perigo é que algum dia sinta coragem para avançar contra mulheres ou raparigas vulneráveis”.

Em agosto, a polícia chegou a identificar um homem de cerca de 40 anos que foi visto por testemunhas perto de uma cena de crime, mas não se chegou a nenhuma conclusão. Além disso, o facto de a maioria dos ataques ocorrer em zonas residenciais tranquilas não ajuda os investigadores, uma vez que muitas ruas não são vigiadas por câmaras de segurança.

Até agora, as provas forenses também não se mostraram pistas promissoras: é quase impossível obter o ADN a partir de pelo de gato, e suspeita-se que o assassino use luvas, já que não foi encontrado tecido humano sob as garras das vítimas.

“Espero que as pessoas entendam que é preciso manter os gatos dentro de casa, ficar atento a comportamentos estranhos e reportar à polícia. Acima de tudo, espero que alguém reconheça as suas características e os locais onde matou – e que o denuncie”.

ZAP // BBC

4 Comments

  1. Gente maléfica…como conseguem ter tanta ruindade dentro deles 🙁 Pobres animais.
    É bom que o apanhem antes que se vire para humanos também, pessoas assim desequilibradas mentais, normalmente começam com animais que não se podem defender, e mais tarde mostram a maldade também nos humanos. Nojo e tristeza

  2. A humanidade está perdida… De geração em geração a educação é descuidada e irresponsável.
    Pais que não são bem educados, não podem (salvo raras excepções) dar uma boa educação aos seus filhos.
    Mas deixo aqui uma “história” interessante sobre o real sentido da humanidade.
    A propósito tenho em casa uma gata que é bastante brava e que me vai mordendo de vez em quando, principalmente quando brinco com ela. Ela morde e arranha mas essa é a sua natureza. Os animais não têm maldade mas sim bravura. Por isso penso que a minha gata está na casa certa, pois possivelmente em qualquer outra já teria sido abandonada. Mas passemos à história.

    O Sábio e o Escorpião
    Certa vez, na Índia, um sábio passeava com seu discípulo, à margem do rio Ganges, quando viu um escorpião que se afogava. Ele, então, correu e, com a mão, retirou o escorpião e trouxe-o a terra firme. Naquele instante, o escorpião picou-o. Dizem que é uma dor terrível. A mão do sábio inchou. Assim que ele o colocou no chão, pacientemente, o escorpião voltou para a água. E ele, coo discípulo, já não suportando mais aquilo, diz: “Mestre, eu não estou entendendo. Este animal… é a tem a mão já inchada e aquelas dores violentas, vai e o retira novamente, e o discípulo a observar. Na terceira vez que ele traz o escorpião, já com a mão bastante inchada e as dores violentas, ele o põe mais distante em terra. É a terceira vez que o senhor vai retirá-lo da água e ele pica sua mão dessa maneira. O senhor deve estar sofrendo dores horríveis.” E ele, com a fisionomia plácida das almas que conhecem o segredo do bem, daqueles que já realmente conquistaram um território de amor e de renúncia no coração, que têm a visão das verdades celestes, vira-se para o discípulo e diz: “Meu filho, por enquanto a natureza dele é de picar, mas a minha é de salvar!”

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