/

Sequestro de casas: um crime cada vez mais rentável em Espanha

10

Lucas Fox Luxury Properties / Flickr

Entraram na casa que tinha para vender e mudaram-lhe a fechadura? Temos pena!

Em Espanha, vários grupos criminosos têm ocupado casas não habitadas, que estão para vender ou para arrendar, e mudam as fechaduras, exigindo milhares de euros aos proprietários para as abandonarem.

A lei espanhola não permite que os donos entrem na própria casa se a fechadura foi mudada sem que estejam a cometer um crime – facto que os criminosos aproveitam para pedir dinheiro aos proprietários que queiram voltar para a moradia.

“Na verdade, se o legítimo proprietário entrasse na casa iria ser culpado de um possível roubo, e até o corte da água e eletricidade poderia ser considerado um crime também”, diz o advogado Toni Garriga, citado pelo El País.

O fenómeno acontece por toda a Espanha, mas a Catalunha tornou-se no epicentro destas práticas, nos últimos anos.

O jornal espanhol relata a história de Bruno, um indivíduo que passou um mês a viver com a família e os amigos numa casa que não era sua, em Catelldefels, perto de Barcelona.

Bruno terá mudado a fechadura da moradia e não saiu de lá sem que os proprietários lhe pagassem milhares de euros.

Os criminosos aproveitam as lacunas na lei espanhola que fazem com que, para os proprietários, seja mais rentável pagar aos “sequestradores de casas” do que esperar por um processo judicial – e há casos em que a própria polícia recomenda as vítimas a negociarem.

O presidente da Associação de Propriedade Imobiliária, Joan Ollé, afirma que estes crimes são “altamente preocupantes” porque os ocupantes já têm o processo todo estudado.

“Isso já está organizado, os grupos já têm os seus advogados e sabem que tipo de casa devem ocupar e quem são os proprietários. No fim, o legítimo dono não tem direitos – sai de férias, a casa é ocupada e tem de provar que é sua”, sublinhou.

As autoridades têm alertado para o facto de este tipo de criminalidade estar a aumentar cerca de 15% em Espanha, todos os anos.

BZR, ZAP //

10 Comments

  1. Deve de ser a mesma lei que permite ao Estado Português penhorar automaticamente a sua casa por uma dívida de 2 euros e se a quiser de volta tem todo um processo burocrático e caro para reaver a vossa propriedade.

  2. Mas há um pormenor, se a casa foi ocupada por outra pessoa que não e o seu dono,A CASA FOI ROUBADA, não há leis na Espanha contra o roubo ?…

  3. Mas há um pormenor, se a casa foi ocupada por outra pessoa que não e o seu dono nem inquelino,A CASA FOI ROUBADA, não há leis na Espanha contra o roubo ?…

    Se uma pessoa aluga a casa a uma família e essa família muda a fechadura, a casa pertence a nova família, essa e a lei espanhola,por isso tambem se fala da carta de condução espanhola , parece que não são bons nas leis e nem as querem mudar.

  4. Então e os registos de propriedade? Não existem em Espanha?
    O dono não tem possibilidade de provar através dos organismos oficiais onde tem a propriedade registada, nas Finanças ou outros? e os documentos oficiais que tem em seu poder não provam a sua propriedade? Há aqui qualquer coisa que falha. Não pode ser assim tão simples como isso apropriar-se de uma residência até porque eles não têm provas documentais legais da aquisição, aluguer, doação, etc do imóvel nem registos em nome deles nas Finanças, Notários ou quaisquer sejam os organismos em Espanha que registam propriedades.

  5. É pena que estes espanhois não mudem as fechaduras da Assembleia da República,
    da Residência Oficial do Primeiro-Ministro e a do Palácio de Belém.

  6. Era só esperar que abrissem a porta, injectar-lhes um tranquilizante, re-mudar a fechadura, re-mudar a mobila da casa, pegar nos gaijos pedrados e dar-lhes um tiro nos cornos, depois cortar os dedos para não serem identificados pelas impressões digitais, depois arrancar-lhes os dentes para não serem reconhecidos por raios-X, arrancar a pele nos sitios onda hajam sinais e verrugas, cortar os dedos dos pés e outros sinais particulares (nomeadamente o “fiel amigo” e os “ovos”) depois arrancar a pele do rosto para não serem reconhecidos e deixar o resto do corpo sem roupa e sem documentos desovado a centenas de quilómetros de distância de preferência em Portugal ou França (tudo se passa em Espanha) num ermo perdido no meio da serra. Problema resolvido. Problema para a policia nunca resolver pois é um corpo incógnito e não identificável.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.