Um sem-abrigo português foi condenado a dois meses de prisão por um tribunal londrino por ter partido à pedrada vitrais históricos da Abadia de Westminster, depois de lhe terem cortado os subsídios sociais, informou hoje o Daily Mail Online.
Paulo Santos, 38 anos, desesperado com a sua situação e os cortes no apoio social, resolveu atirar pedras a uma janela da Abadia de Westminster em setembro passado, tendo os dois “buracos” nas vidraças causado um prejuízo avaliado em 7.000 libras (cerca de 5.000 euros).
O juiz Alastair McCreath, do Tribunal de Southwark Crown, sentenciou Paulo Santos a dois meses de prisão, após classificar o ato de “vandalismo gratuito” e de realçar o “significado histórico” da Abadia de Westminster.
Relativamente ao caso ocorrido às primeiras horas do dia 07 de setembro último, o arguido admitiu ser o autor dos estragos, mas o seu advogado alegou que Paulo Santos foi vítima de um curto episódio psicótico, sublinhando que, no passado, fora submetido a tratamento psiquiátrico.
Acrescentou que Paulo Santos encontrava-se numa “situação desesperada”, não tendo abrigo, nem apoio social.
O juiz Alastair McCreath não se deixou impressionar pelos argumentos da defesa, dizendo que se todas as pessoas que sofreram cortes nos apoios sociais decidissem atirar pedras à Abadia de Westminster a situação ia ser muito difícil e complicada.
“Você causou estragos a um edifício muito importante”, disse o juiz, observando que há muitas pessoas a quem são cortados os subsídios sociais e continuam a comportar-se decentemente. “A solução não é atirar pedras a edifícios”, concluiu o juiz.
Antes, o procurador Peter Zinner referiu em tribunal que os guardas que fazem a patrulhamento da zona detetaram o incidente e que duas pedras foram encontradas no interior da abadia.
Os vitrais da nave norte da abadia foram desenhados por Ninian Comper em 1907 e ilustram figuras de reis associados à abadia.
Paulo Santos foi detido a 27 de dezembro depois de não ter comparecido em tribunal, embora tenha alegado não ter sido notificado.
No final, o juiz advertiu Paulo Santos que se voltasse a fazer o mesmo o caso teria consequências penais muito graves.
/Lusa